GP compra 56% da Sascar e desembolsa R$ 168 milhões

A GP Investimentos está comprando 56% da empresa de rastreamento de veículos Sascar. O fundo V da gestora de fundos de "private equity" vai desembolsar R$ 168 milhões, recurso que será tanto investido na companhia quanto usado para adquirir a participação dos antigos controladores, o grupo paranaense JCR, antigos donos da GRV.

O objetivo da GP com essa transação é tirar proveito do crescimento da frota no Brasil, prestando serviços de localização e monitoramento de carros. No ano passado, houve um aumento de 8,4% no número de veículos nas ruas, somando 64,8 milhões, segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).

A GP informou que vê potencial na ampliação da base de veículos que utiliza serviços de rastreamento no Brasil. Estima-se que atualmente somente 5% dos carros tenham esse tipo de detector. Em entrevista concedida ao Valor em outubro, a Sascar previa que a demanda por seus serviços também cresceria por causa da obrigatoriedade de os carros zero quilômetro saírem da fábrica já com rastreadores. O aumento da contratação de seguros é outro fator que pode beneficiar a Sascar.

Com 180 mil veículos em seu portfólio, a Sascar tem cerca de 80% do faturamento com origem no rastreamento de caminhões.

A presidência da Sascar passará a ser ocupada por Marcio Tabatchnik Trigeiro, sócio da GP e conselheiro da BR Properties, que entra no lugar de José Ricardo Quintana.

Trigueiro foi o executivo que levou essa operação à gestora, negociando a compra da Sascar por cinco meses. É comum na GP os sócios originadores das transações acabarem à frente das empresas. De 2007 a 2009, Trigueiro liderou a subsidiária da GP no México, escritório que hoje não existe mais.

O setor de rastreamento de veículos já foi alvo de outro investimento por um fundo de private equity. O Pátria tem em seu portfólio a Zatix, empresa resultante da união de outras três companhias: Graber, Omnilink e Teletrim.

Esse é o segundo investimento do fundo V da GP, que ainda tem outros US$ 700 milhões para aplicar. O primeiro aporte do fundo V foi feito na San Antonio, empresa de perfuração de poços de petróleo em terra que recentemente passou por uma reestruturação financeira.

(Carolina Mandl | Valor)

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