GP embolsa US$ 260 milhões com BR Properties

A GP Investimentos vendeu na semana passada os últimos 2,93% de participação que ainda detinha no capital da BR Properties. Criada do zero pela gestora no fim de 2006, a empresa que atua no segmento de imóveis comerciais trouxe um retorno de 26% ao ano para a GP, que investiu US$ 100 milhões na companhia e, após a última venda, embolsou um total de US$ 260 milhões.
 
Depois de uma tentativa frustrada em 2007, a GP levou a BR Properties para a bolsa em março de 2010. Desde a abertura de capital, as ações da companhia acumulam alta da ordem de 70%, ante uma queda de 8,9% do Ibovespa no mesmo período.
 
No mês passado, a BR Properties concluiu o processo de incorporação da One Properties – empresa criada após a compra da WTorre pelo BTG Pactual. Após a fusão, o valor de mercado da companhia saltou para cerca de R$ 7 bilhões, quase quatro vezes mais do que na época da oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).
 
Embora não tenha como prática investir em empresas em estágio inicial, a GP decidiu criar uma companhia para investir na compra e administração de imóveis comerciais porque não encontrou na época nenhuma empresa que atuasse no ramo e estivesse disponível para aquisição, segundo o co-presidente da GP, Antonio Bonchristiano.
 
"Em cinco anos a empresa se tornou a número 1 do setor e vai continuar crescendo muito", afirmou o executivo ao Valor. Bonchristiano permanecerá no conselho de administração da companhia por um tempo ainda indeterminado para auxiliar na transição.
 
A BR Properties foi o quarto investimento ligado ao setor imobiliário da GP, que também já teve posições em Gafisa e BR Malls e atualmente detém participação na empresa de hotéis BHG. Bonchristiano não descarta novas investidas em empresas do setor. Recentemente, a Gafisa recusou uma proposta de compra de ativos feita pela gestora e pela Equity International, de Sam Zell.
 
O investimento na BR Properties fez parte do fundo III da gestora. Constituído em 2005, o fundo captou US$ 250 milhões e já distribuiu aos cotistas US$ 450 milhões. Além de BR Properties, a GP já deixou o capital de outras duas companhias do portfólio: BR Malls e Equatorial Energia. O fundo conta ainda com posições em Fogo de Chão, Tempo Participações e Magnesita – esta última também recebeu investimentos do fundo IV da gestora.
 
Os resultados do terceiro fundo contrastam com os dois portfólios mais recentes da GP. Dos investimentos realizados nos últimos anos, o único caso de sucesso até o momento é o da Hypermarcas, que rendeu 2,4 vezes o capital investido, o equivalente a uma taxa de retorno em dólares de 56%. No último fundo, fechado em 2010 e que ainda tem pouco mais de US$ 600 milhões para investir, a gestora reconheceu uma perda de US$ 165,8 milhões na empresa de implantes dentários Imbra.
 
A aquisição mais recente anunciada pela GP foi a da Sascar, que faz serviços de localização e monitoramento de veículos, em março do ano passado.

(Vinícius Pinheiro | Valor)
 

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