Grifes buscam parceiros para operar no Brasil

Diante do pior desempenho no mercado do luxo desde 1995 nos países ricos, as grifes internacionais estão de olho no Brasil, onde a crise não foi tão drástica. Nove grifes internacionais, com destaque para as italianas, estão procurando parceiros brasileiros para abrir lojas no país.

"Com algumas grifes entrei em contato em 2002 e nunca havia obtido uma resposta. Havia ainda marcas que eu estava conversando há cinco anos. Agora, essas grifes querem vir para o Brasil por causa da boa situação econômica a do país e da crise lá fora", disse Edson Daguano, sócio da Consultive, consultoria da área de moda.

Daguano montou uma área de negócios internacionais em parceria com Gino Due, ex-CEO da Daslu, na Consultive. A ideia é elaborar planejamentos estratégicos para as grifes internacionais. "Estamos representando as grifes e negociando com grupos de moda e fundos de investimento", disse Daguano.

Os consultores estão representando no Brasil a tradicional marca francesa Yves Saint-Laurent, criada pelo estilista que deu seu nome à grife e hoje pertence ao grupo PPR. Atualmente, a YSL não possui nenhuma loja na América do Sul.

A grife alemã Escada, que no ano passado teve falência decretada e foi adquirida pela milionária família indiana Mittal, está em negociações avançadas e poderá abrir uma loja no mercado brasileiro no fim do ano.

Na lista, há também a americana DKNY que ensaia sua volta ao Brasil. Na década de 90, a marca chegou a ter uma unidade no shopping Iguatemi, tendo como representante a empresária Eliana Tranchesi, dona da Daslu.

Mas a invasão das grifes internacionais em território nacional está vindo mesmo da Itália. Nos países europeus, que representam 38% do mercado de luxo, a queda nesse segmento foi de 8,5% no ano passado quando comparado a 2008, segundo estudo da Bain & Company.

As italianas Ballantyne, famosa por suas cashmeres, e a Mandarina Duck, que produz bolsas e sapatos, também estão com negociações adiantadas com grupos brasileiros e suas lojas podem ser inauguradas até 2011.

Outras três grifes da Itália também cobiçam o mercado brasileiro do luxo: a marca de roupas esportivas Freddy, a grife de sapatos e acessórios Baldini, além da Blumarine, de roupas femininas e vestidos de noiva, e a grife do estilista italiano Gianfranco Ferrè, que na década de 1980 costurou para Maison Dior e é badalada nos desfiles de moda de Milão.
 
(Beth Koike | Valor)

 

 

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