Grupo EBX destinará terreno no litoral de SC a projeto logístico

Depois de abortar o plano de investimento de US$ 1,5 bilhão para a instalação de um estaleiro na Grande Florianópolis, o empresário Eike Batista está desenvolvendo um projeto de logística para o terreno de 2 milhões de metros quadrados que fica à beira do mar em Biguaçu. Uma reunião marcada para as 10 horas de hoje entre os executivos da REX (empresa controlada pelo grupo EBX) e o prefeito da cidade, José Castelo Deschamps (PP), deve detalhar quais é os planos da companhia para a área.

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da REX divulgou uma nota informando que a companhia é proprietária de uma grande área no Estado catarinense. "A REX, empresa de real estate do grupo EBX, é proprietária de um terreno de 2 milhões de metros quadrados no município de Biguaçu. A empresa estuda desenvolvimento de projeto logístico no local", afirma o texto da nota.

Segundo o site da companhia, a REX investe no desenvolvimento imobiliário das retroáreas dos grandes empreendimentos do grupo EBX. A empresa também declara que possui terrenos com localização privilegiada em estados como o Rio de Janeiro, Ceará e Santa Catarina, além da Hacienda Castilla, no Chile, com 240 mil hectares. Em Santa Catarina, a REX informa que possui áreas nos municípios de Biguaçu e de Governador Celso Ramos, onde pretende desenvolver projetos imobiliários nos setores residenciais e industriais.

Os planos iniciais do grupo em montar um estaleiro no terreno de Biguaçu foram atrapalhados por dificuldades na obtenção do licenciamento ambiental. Como a liberação prévia ocorreu primeiro no Estado do Rio de Janeiro, o grupo replanejou os investimentos. Na quarta-feira passada, cerca de um ano após o início do processo de licenciamento ambiental, o grupo recebeu a licença de instalação – segunda de três etapas necessárias para a operação – da Unidade de Construção Naval (UCN) do chamado Complexo Industrial do Superporto do Açu, no Distrito Industrial de São João da Barra, no litoral fluminense. A empreitada é conduzida pela OSX, empresa do setor naval do mesmo grupo.

Em contrapartida, a EBX terá de investir R$ 34 milhões para obras de saneamento na cidade de São João da Barra e medidas de proteção da biodiversidade local. Também terá de destinar R$ 37 milhões para a implantação e manutenção de unidades de conservação ambiental. Deverá criar, ainda, uma Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN), com 3,845 hectares de área ambiental protegida, além de realizar iniciativas de capacitação e desenvolvimento das comunidades vizinhas à obra e implantar um projeto de investimento social da pesca e agricultura na região.

Para Luiz Eduardo Guimarães Carneiro, diretor presidente da OSX, a licença traz oportunidades de desenvolvimento em longo prazo. "Poderemos construir, com conteúdo nacional, a quantidade de equipamentos navais que o país precisa para produzir o petróleo em águas nacionais", diz.

(Júlia Pitthan e Fábio Pupo | Valor)

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