Grupo Petrópolis quer maior participação no mercado

A partir da consolidação de suas marcas nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste, a cervejaria Petrópolis, dona dos rótulos Itaipava e Crystal, espera que sua receita cresça de 10% a 12% em 2011. As expectativas da fabricante estão voltadas para o verão, uma vez que as vendas realizadas neste período representam quase 40% do volume total comercializado durante o ano. "A tendência é que o bom momento que o mercado cervejeiro viveu nos meses finais de 2010 se prolongue até o carnaval", afirmou o gerente de Marketing e de Relações com o Mercado da companhia, Douglas Costa.

Com 9.92% de marketshare, o grupo Petrópolis é o terceiro maior fabricante de cervejas do País. Segundo Costa, a meta é fazer com que a fatia de mercado ultrapasse 10% antes do segundo semestre. "Depois disso, vamos trabalhar para que o número aumente ainda mais", afirmou.

Para aumentar sua participação no setor, a empresa planeja incrementar seu portfólio de produtos, com a adição de embalagens diferenciadas para suas bebidas. Embora tenha optado por não quantificar os projetos que a companhia tem nesta área, ele afirmou que a temporada de lançamentos está programada para acontecer entre março e julho. Na visão do gerente, a estratégia é vital para que o grupo possa acompanhar as mudanças que ocorreram no segmento de cervejas. "Durante muito tempo, o mercado local esteve estagnado, era impossível comercializar cervejas que não viessem em garrafas de 600 ml ou latas de 350 ml", assinalou. "Hoje, os próprios consumidores oferecem abertura para novas embalagens."

Costa disse acreditar que o volume de vendas subirá em cerca de 12% em 2011, devido, principalmente, ao aumento do poder de compra da classe C. "O grupo é a grande massa de consumo deste segmento". O gerente frisou que a fabricante está preparada para acomodar o crescimento da demanda esperado para este ano, já que em meados de 2010 a companhia concluiu as obras de ampliação de suas unidades em Petrópolis e Teresópolis (RJ). "Com isso, a capacidade de produção em cada umas destas plantas foi elevada em 20%", apontou ele, destacando que a empresa hoje produz 1.6 bilhão de litros de cerveja por ano.

Na avaliação de Costa, porém, variações climáticas podem prejudicar o desempenho da companhia. "Teremos um grande problema se as chuvas forem muito assíduas e torrenciais. Elas são piores que o frio porque as pessoas tendem a não sair de casa para consumir quando está chovendo", explicou.

Atualmente, os produtos do grupo são distribuídos apenas nos estados do Centro-Oeste e Sudeste. Ainda que ampliar sua atuação para as demais regiões do País não esteja no topo da lista de prioridades da empresa, Costa explicou que o plano de expansão já está desenhado e deverá ser executado no médio prazo. "Estamos olhando para um horizonte de aproximadamente dez anos", apontou.

A empresa, que não tem ações negociadas na bolsa, fechou 2010 com faturamento de R$ 2.5 bilhões, montante 4,2% maior que o apurado em 2009. Além das fábricas em Petrópolis e Teresópolis, o grupo tem uma planta em Boituva (SP) e Rondonópolis (MT).

ITAIPAVA. De acordo com notícias divulgadas recentemente, a terceira Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro proibiu a companhia de comercializar a cerveja Itaipava em sua lata vermelha, que chegou ao mercado em agosto de 2010 em edição comemorativa à prova de automobilismo Stock Car, competição da qual é patrocinadora.

O tribunal classificou a manobra da companhia como concorrência desleal e avaliou que ela teria se aproveitado dos investimentos feitos pela Ambev na ocasião do lançamentos da lata vermelha da cerveja Brahma. A empresa recebeu o prazo de 30 dias, contados a partir do dia 12 deste mês – data da decisão judicial – para tirar a bebida de circulação. A multa diária prevista para o descumprimento da ordem é de R$ 50 mil por qualquer tipo de propaganda do produto ou venda do item.

Segundo Costa, o episódio não deverá afetar o volume de vendas da fabricante. "Este foi um lote específico que já fez seu giro pelo mercado", disse. O gerente lembrou que o processo ainda está em andamento, o que significa que a empresa pode recorrer da decisão judicial.

(Maria Carolina Ferreira l Jornal do Commercio)
 

+ posts

Share this post