Gulfstream busca área em SP para montar novo centro de serviços

Para atender ao crescimento da sua frota de jatos executivos no Brasil, que nos últimos dois anos passou de 14 para 33 aeronaves, a Gulfstream Aerospace Corporation, uma subsidiária integral da General Dynamics, decidiu aumentar a sua presença no país. Inicialmente a companhia vai construir um novo hangar em Sorocaba, interior de São Paulo, onde já mantém em parceria com outra empresa do grupo, a Jet Aviation, um centro de suporte ao cliente.

O novo hangar, segundo o presidente mundial da Gulfstream, Joe Lombardo, vai dobrar a capacidade atual de serviços de manutenção para a marca no Brasil, podendo atender até oito aeronaves. "Temos uma necessidade imediata de aumentar a nossa capacidade de serviços no Brasil, mas também precisamos definir uma estratégia a médio prazo, tendo em vista que nos próximos cinco anos teremos crescimento importante de vendas no país", afirmou o executivo, que está no Brasil para participar da Labace, feira de aviação executiva.

A definição de uma estratégia que olhe o mercado num horizonte de 10 anos, segundo Lombardo, contempla não só a construção do novo hangar, mas a escolha de uma nova área para o atendimento dos jatos Gulfstream, de preferência mais próxima dos seus principais clientes. "Em Sorocaba temos uma restrição em relação ao tamanho da pista do aeroporto, que impõe um limite para a quantidade de combustível nos jatos. Já em São Paulo não existe mais espaço para crescer", explicou.

Um dos objetivos da estratégia de crescimento da Gulfstream no Brasil, de acordo com Lombardo, é agilizar operação dos seus clientes no país, reduzindo custos, especialmente aqueles relacionados às viagens feitas aos centros de manutenção da companhia nos Estados Unidos. "Estamos trabalhando para que todas as atividades de manutenção passem a ser feitas no Brasil."

A Gulfstream e a Jet Aviation, que atua em serviços de aviação executiva, registraram faturamento de US$ 5,3 bilhões em 2010. Durante este período, a Gulfstream entregou 99 jatos em todo o mundo. O principal mercado continua sendo os Estados Unidos, com participação de 69%, mas este percentual tem sido reduzido a cada ano. Em 2000, o mercado americano, segundo Lombardo, respondia por 85% das vendas.

Com mais de dois mil jatos em operação em todo o mundo, os dois mercados que vem apresentando os maiores índices de crescimento para a Gulfstream hoje, segundo Lombardo, é o Asiático e a América Latina. "A presença da companhia na América Latina, que responde por 7% das vendas mundiais da Gulfstream, registrou incremento de 140% de 2002 pra cá. De 58 jatos a Gulfstream passou a 146 aeronaves", comentou.

No Brasil desde 2001, a Gulfstream entregou seu primeiro jato em 2003. Atualmente são 33 aeronaves no país, que representam uma participação de 6% no mercado nacional. Em volume de vendas, o México aparece em primeiro lugar na América Latina, mas o presidente da Gulfstream considera o Brasil mais importante para a companhia, tendo em vista o crescimento econômico mais sustentável da economia do país.

(Vírginia Silveira | Valor)

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