Holcim não descarta aquisições no Brasil

São Paulo – A disputa da Votorantim e da Camargo Corrêa pela portuguesa Cimpor, no primeiro semestre, mostrou como o setor de cimentos está aquecido no Brasil. Embalado pelo bom momento econômico e pelo programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, o consumo de cimento vem crescendo acima da média mundial. Por isso, a Holcim não descarta realizar aquisições de fábricas no Brasil.

"Por um preço justo, estamos dispostos a mobilizar recursos para aquisições substanciais em nossos mercados estratégicos", afirmou o presidente mundial da suíça Holcim, Markus Akermann, durante uma apresentação a investidores nos Estados Unidos nesta terça-feira (14/9).

 
"O Brasil é um canteiro de obras, no qual queremos explorar todas as opções", disse o executivo, ao apresentar um slide no qual classificava as regiões do mundo de acordo com o grau de interesse da empresa. O Brasil recebeu um selo "Em Foco", enquanto a Ásia foi classificada como "Sob Observação". Já a Oceania foi tratada como "Feito". As demais regiões do planeta não receberam menção.

De acordo com Akermann, a estratégia da companhia, no curto e médio prazo, é a de se fortalecer nos mercados emergentes. O executivo observou que, enquanto o PIB global avança a uma taxa média de 3% ao ano, os emergentes devem crescer cerca de 5% ao ano.

Em queda no ranking

Além disso, o mercado cimenteiro também avança a taxas acima da média nesses países – também 5% ao ano, com destaque para o Brasil, Filipinas, Índia e Indonésia, onde o setor cresce acima de 10%. "Nas economias maduras, o mercado cimenteiro está estável, com ligeira tendência de alta", disse.

As eventuais aquisições também seriam uma resposta ao forte avanço dos concorrentes no mercado brasileiro. A capacidade instalada da Holcim permanece praticamente estável em 5 milhões de toneladas anuais desde 2008. Há dois anos, esse volume lhe garantia a quarta posição no ranking dos maiores produtores brasileiros. Mas as recentes movimentações fizeram com que a empresa suíça caísse para quinto lugar.

As transações envolvendo a francesa Lafarge, a portuguesa Cimpor e as brasileiras Camargo Corrêa e Votorantim mudaram a relação de forças no mercado interno, segundo slides apresentados por Akermann no evento dos Estados Unidos.

A Votorantim passou de 27 milhões para 30 milhões de toneladas de capacidade anual. A Camargo Corrêa, que era a sexta maior do setor, em 2008, com 4 milhões de toneladas, agora surge como na segunda posição, com 13 milhões. A Lafarge, que era a quinta, subiu para a terceira colocação, com 8 milhões. A J.Santos desceu da segunda para a quarta posição, ao permanecer com 7 milhões de toneladas nesse tempo todo.

(Marcio Juliboni | Portal Exame)

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