Holding do JBS formaliza interesse em aquisição do grupo Rede Energia.

A J&F, holding de controle do frigorífico JBS, apresentou no fim de semana uma manifestação formal para comprar o endividado grupo Rede Energia, incluindo a Celpa, segundo afirmou a juíza responsável pelo processo de recuperação judicial da distribuidora paraense de energia, Maria Filomena Buarque.
 Um representante da J&F disse durante assembleia de credores da Celpa ocorrida no sábado que a holding está interessada em comprar todo o grupo Rede Energia.

Na sexta-feira, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) decretou intervenção em oito das nove distribuidoras do grupo Rede, exceto a Celpa por estar em recuperação judicial, na maior ação direta do governo em toda a história sobre um setor regulado.

Até agora, a Equatorial Energia era a única que tinha manifestado oficialmente o interesse na Celpa e negociou com um período de exclusividade a aquisição da paraense.

Não havia indicação oficial de qualquer interessado em assumir a totalidade dos ativos do grupo Rede, que tem dívida de cerca de R$ 5,7 bilhões.

Além de controlar o JBS, a J&F é acionista majoritária da produtora de celulose Eldorado Brasil, da empresa de produtos de limpeza Flora e do Banco Original, com foco em financiamento do agronegócio.

O grupo Rede não seria a primeira incursão da J&F em uma empresa com problemas financeiros e de gestão.

Em maio, a J&F fez acordo para assumir o comando da Delta Construções, que está no epicentro de denúncias envolvendo o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Mas a operação acabou não se concretizando diante da piora da situação econômico-financeira da Delta.

CELPA

No sábado, os credores da Celpa aprovaram em assembleia realizada em Belém o plano de recuperação judicial da companhia, que prevê um aporte de R$ 700 milhões na empresa. Não está claro, ainda, de onde viriam os recursos.

Segundo pelo menos duas fontes que acompanham a negociação, a Equatorial não mostrou disposição de arcar com a totalidade da injeção de recursos na Celpa e a Eletrobras, que tem 34% de participação na distribuidora paraense, manifestou em diversas ocasiões que não pretende colocar dinheiro na companhia.

A Equatorial pediu à Aneel flexibilização nos critérios regulatórios que medem a qualidade do serviço da Celpa e as perdas de energia causadas por furtos, os chamados “gatos”, segundo explicou o diretor da Aneel, André Pepitone, em agosto.

Procurada pela Reuters, a Equatorial não retornou o contato até o fechamento da reportagem.

( Reuters )

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