Hypermarcas planeja seguir com aquisições

Após anunciar mais três aquisições – no total de R$ 251,5 milhões -, o presidente da Hypermarcas, Claudio Bergamo, disse na tarde de ontem que a companhia manterá a estratégia de crescer via compra de marcas e empresas, junto com a expansão orgânica dos negócios já existentes.

"Atuaremos nas duas esferas, desde que as aquisições estejam dentro do objetivo estratégico e deem retorno aos acionistas", afirmou o executivo durante teleconferência sobre o terceiro trimestre, quando o lucro da Hypermarcas somou R$ 79,6 milhões, bem acima dos R$ 3,8 milhões apurados no mesmo período de 2009.

Em bases anuais, as aquisições anunciadas ontem adicionam R$ 82,5 milhões em receita líquida e R$ 39,7 milhões em lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (lajida).

Segundo Bergamo, as compras da marca de sabonetes Pom Pom, fechadas com a Colgate-Palmolive, e de três marcas de medicamentos da Sanofi-Medley representam negócios de rápida integração, que vão complementar de forma "quase instantânea" o portfólio da companhia. "É questão de cadastrar os novos produtos", disse.

O executivo anunciou um plano de transformar a Pom Pom em uma "marca generalista" para produtos infantis, assim como foi feito com a Bozzano, no segmento masculino, e a Monange, no feminino. A aposta é que a Pom Pom se torne uma das principais marcas do grupo em dois ou três anos.

Já a compra da fabricante de produtos de higiene bucal Bitufo é uma operação relativamente mais complexa. Bergamo afirmou que a operação, pelo menos num primeiro momento, será mantida como uma unidade de negócios independente. Os atuais administradores da empresa familiar serão mantidos no negócio durante o ano que vem.

A fabricante de medicamentos, alimentos e de produtos de higiene e limpeza Hypermarcas fechou o terceiro trimestre do ano com resultado mais de 20 vezes superior ao registrado no mesmo período de 2009. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (lajida) foi de R$ 179 milhões, alta de 33,5%. A margem lajida, porém, recuou de 26,9% para 21,4%.

A receita líquida da Hypermarcas alcançou R$ 835,9 milhões no trimestre, com crescimento de 68% na mesma base de comparação. A divisão farma respondeu por 36,7% da receita líquida total no trimestre, superada apenas pela divisão de beleza e higiene pessoal, que contribuiu com 48,6%. O restante ficou dividido entre alimentos e higiene e limpeza, com 7,4% e 7,3%, respectivamente.

O crescimento orgânico, que considera marcas da companhia adquiridas há pelo menos um ano, foi de 13% no trimestre, fruto de ganhos de distribuição, com a ampliação do número de postos, vendas mais fortes e lançamento de novos produtos. O destaque ficou por conta dos segmentos combinados de farmácia e beleza e higiene pessoal, em que a empresa tem focado seus investimentos, com crescimento orgânico de 32%.

Os resultados já consolidam os números da Sapeka, Luper e Sanifill, e não contabilizam as aquisições da York, Mabesa e Marcas RX.

A companhia finalizou o trimestre com uma posição de caixa pro forma de R$ 2,4 bilhões e com um endividamento líquido de R$ 2,1 bilhões. De acordo com a Hypermarcas, essa posição dá autonomia de caixa para honrar seus compromissos financeiros até o fim de 2013.

(Eduardo Laguna e Ana Luísa Westphalen | Valor)

 

+ posts

Share this post