Inbrands compra a grife Bobstore, com 57 lojas

A Inbrands, holding de moda do fundo de investimento PCP, fechou ontem a aquisição da rede de lojas Bobstore. O investimento traz novamente para o portfólio do grupo uma marca feminina, depois da saída da grife Isabela Capeto. "A compra tem o objetivo de complementar o portfólio de marcas líderes no mercado. Precisávamos de alguém neste segmento", explica Bruno Medeiros, diretor-executivo da holding. O executivo não quis revelar a quantia paga, mas o Valor apurou que gira em torno de R$ 50 milhões.

A Bobstore possui 57 lojas, das quais dez são próprias. A grife faturou R$ 52 milhões em 2010 e projeta crescer 34% em 2011, com receita de R$ 70 milhões. Segundo Raphael Sahyoun, fundador da grife, o aumento de vendas tem se dado principalmente no setor de multimarcas. "O crescimento das vendas nessas lojas é de mais de 60%", conta. Pelo acordo fechado com a InBrands, Sahyoun continuará como estilista da marca por pelo menos cinco anos.

A grife, que foi criada há 15 anos em São Paulo e hoje tem lojas nas principais capitais do país, produz moda para o público feminino de classe AB que tem entre 20 e 50 anos. O preço médio das roupas varia entre R$ 250 e R$ 350, dependendo da estação. "Não somos uma grife de moda fashion. Fazemos peça para o dia-a-dia. A mulher pode usá-la para levar as crianças à escola, no trabalho e até no happy hour", define o estilista.

Bruno Medeiros conta que a estratégia agora é de expansão de lojas próprias. "Temos que mostrar a força da marca mantendo o padrão". A expansão deve ocorrer primeiro em lojas de rua. "Em São Paulo, temos dez lojas, das quais seis são de rua. Elas são espaçosas, podemos prestar um serviço melhor, com espaço para sentar, beber um café, um suco ou até um espumante", conta Sahyoun. "Além disso, elas ficam próximas das residências das pessoas".

No Rio, a Bobstore tem apenas um loja no Rio Design Barra. Bruno revela que o grupo deve abrir nova loja de rua no Leblon ou em Ipanema.

A compra da Bobstore pela Inbrands, intermediada pela Target Advisor, foi feita com o dinheiro da própria holding. Hoje o grupo possui em seu portfólio marcas como Ellus, Richards, Alexandre Herchcovitch e Salinas. Medeiros conta que a empresa vem mantendo seus objetivos, mesmo depois de ter desistido de fazer seu IPO, em função da crise no mercado mundial que vem afetando as bolsa de valores. Quando planejava lançar ações no mercado, em meados de 2011, o objetivo era pagar parte da aquisição da marca VR, comprada em fevereiro, abrir novas lojas, adquirir novas empresas, criar lojas on-line, desenvolver um centro de distribuição em Piraí, município do Sul Fluminense. O diretor explica que os planos foram mantidos e a empresa está adequando o investimento ao caixa atual. "Seguimos com a estratégia proposta", diz.

No primeiro semestre de 2011, a Inbrands registrou uma receita líquida de R$ 144,2 milhões, um crescimento de 44,8% em relação aos R$ 99,5 milhões do mesmo período de 2010. O Ebtida (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado subiu 2,1%, para R$ 19,3 milhões. O lucro líquido ajustado caiu de R$ 17,9 milhões para R$ 13,6 milhões.

(Paola de Moura | Valor)

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