InBrands compra VR Menswear e VR Kids

Após seis meses de negociação, a InBrands – grupo de moda do fundo Pactual Capital Partners (PCP) – adquiriu 100% das grifes VR Menswear e VR Kids, do empresário Alexandre Brett. A transação, cujo valor não foi divulgado, inclui também uma sociedade com Brett nas marcas Mandi e Juicy Couture, grife americana representada pelo empresário no Brasil.

Trata-se da sexta aquisição da InBrands, que tentou comprar sem sucesso as grifes de Brett há cerca de três anos. Na época, o empresário tinha uma joint-venture com a Calvin Klein no país por meio de sua empresa BR Labels, holding que controlava também a VR. A Calvin Klein não concordou em fazer parte do grupo de moda do PCP e o negócio não saiu. Mas, no fim de 2009, a Calvin Klein comprou a participação de Brett na joint-venture, o que abriu caminho para a InBrands.

"Os grandes grupos possibilitam um crescimento mais acelerado, algo um pouco mais difícil para marcas consolidadas como a VR [fazerem sozinhas]", disse Brett, que agora passa a ser apenas conselheiro na VR. Paralelamente, ele segue como sócio na BR Labels, grupo que continua com as marcas Mandi e Juicy Couture. "Vou me dedicar à Mandi, que tem potencial para ter o mesmo faturamento da VR", afirmou o empresário, que apesar de não ser mais sócio na operação brasileira da Calvin Klein, ainda é o gestor dessa grife americana no país.

A receita da VR no ano passado somou R$ 140 milhões, sendo que o crescimento médio dos últimos anos vem sendo de 25%.

Com 44 lojas espalhadas no país, a VR Menswear surgiu em 1989 como uma "marca filhote premium" da Vila Romana. A grife masculina Vila Romana pertencia à família de Brett e foi vendida a um grupo holandês, após acumular dívidas na época do Plano Collor. A família Brett – conhecida no setor de vestuário por ter trazido ao país renomadas grifes internacionais como Zegna, Pierre Cardim e Calvin Klein – ficou com a VR.

Com a aquisição da VR, a InBrands espera chegar em dezembro de 2011 com receita bruta de R$ 800 milhões e margem Ebtida de 20% a 25%. Nesse valor estão considerados o faturamento de suas 11 grifes, que juntas passam a ter mais de 260 lojas espalhadas no país, e o crescimento orgânico das marcas.

"Estamos em negociação com outras marcas. Um ”target” [objetivo] é uma marca feminina para compor o nosso portfólio", disse Bruno Medeiros, CEO da InBrands. Hoje, o grupo tem presença nos segmentos de jeans (Ellus), lifestyle (Richards), moda praia (Salinas), masculino (VR) e moda de vanguarda (Isabela Capeto e Herchcovitch; Alexandre).

Medeiros não revela quanto tem em caixa para novas aquisições e reforça que não faltam recursos. "Temos sócios capitalizados", explica o CEO da InBrands, referindo-se aos ex-sócios do banco Pactual que colocaram seus recursos no fundo PCP.

Medeiros também não descarta a possibilidade de fazer um IPO (oferta inicial de ações). "Há alguns meses não havia esse pensamento [IPO] no grupo. Mas com os novos fatos, como o bom desempenho da [fabricante de calçados] Arezzo e o crescimento acelerado do setor de consumo, pensamos nisso. É uma forma de captar recursos mais rápido e acelerar nosso crescimento", disse o executivo.

A fabricante e varejista de calçados Arezzo levantou mais de R$ 550 milhões em seu IPO no mês passado. A Le Lis Blanc, primeira grife de moda a ir para o mercado, viu seus papéis valorizarem quase 150% desde o IPO em abril de 2008 até ontem. No mesmo período, o Ibovespa registra queda de 0,48%., segundo cálculos do Valor Data.

(Beth Koike l  Valor)

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