Inepar entra no ramo de casas populares

São Paulo – A Inepar, uma das maiores construtoras industriais do país, anunciou hoje a formação de uma joint-venture com a Innovida Factories, empresa americana especializada em sistemas construtivos para habitação. O objetivo da aliança é oferecer uma alternativa mais barata e eficiente para construção de casas populares dentro do programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal.

O acordo entre as empresas prevê a instalação de uma fábrica inicial na região sul do país, com comprometimento para outras três unidades estrategicamente distribuídas pelo Brasil. Por meio delas, a joint-venture atenderá, prioritariamente, o mercado nacional e depois os países da América do Sul. As empresas não informam quanto será investido nas fábricas, nem de quanto foi o aporte feito por casa uma delas na parceria.

A entrada no setor de imóveis residenciais poderia gerar para a Inepar uma carteira de pedidos de até 2 bilhões de reais, estima Felipe Miranda, analista da casa independente de análise Empíricus. Para ele, a entrada da companhia nesse novo ramo de negócios não atrapalhará os demais braços de atuação da construtora.

"Para eles, que trabalham com linha de produção e montagem de obras mais complexas, como metrô e trem, não haverá dificuldade em transpor um sistema semelhante, mas adaptado para casas populares", diz Miranda.

A tecnologia que será usada é, segundo as empresas, inovadora e propicia menores custos de investimentos, além de mais rapidez na construção das habitações. O processo fabril, totalmente automatizado, se baseia em painéis sintéticos compostos que possuem características de maior resistência a fogo, isolamento termo-acústico e a todos os tipos de intempéries da natureza.

Mercado promissor

Apesar de promissor, o setor de construção de imóveis para baixa renda está bem longe dos demais negócios de atuação da Inepar. A companhia é especializada em obras complexas, encomendadas sob medida. Suas unidades de operação – Óleo e Gás, Geração e Equipamentos e Construção e Montagem – atendem empresas petrolíferas, hidrelétricas, siderúrgicas, entre outros setores, com a construção de usinas e o fornecimento de peças pesadas.

"Mas, na prática, eles têm experiência e recurso para adaptar sua produção a qualquer tipo de setor de construção que seja promissor, como hoje é o de casas populares no país", afirma o analista.

De acordo com Miranda, a Inepar tem hoje uma dívida de 1 bilhão de reais, valor bem abaixo dos 4 bilhões de reais que a empresa apresentava nos últimos anos. O número ainda está aquém do ideal, de cerca de 300 milhões de reais, mas a melhoria faz com que a Empíricus indique a compra da ação da companhia.

"Este ano, a empresa deve sair de zero ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para 100 milhões de reais, além de estar com o caixa mais fortalecido por conta do recente aumento de capital, devido a conversão de 60 milhões de debêntures em ações", diz Felipe.

(Tatiana Vaz | Portal Exame)
 

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