Insinuante e Ricardo Eletro negociam fusão com a rede City Lar

SÃO PAULO – Mais uma fusão entre empresas do varejo de eletrodomésticos e eletrônicos deve ser anunciada nos próximos dias. A Máquina de Vendas, união da baiana Insinuante com a mineira Ricardo Eletro, vai incorporar parte da City Lar, a maior rede de eletrodomésticos da região Centro-Oeste, mas com forte presença no Norte e Nordeste do País.

Os principais executivos das três companhias, Luiz Carlos Batista (Insinuante), Ricardo Nunes (Ricardo Eletro) e Erivelto Gasques (City Lar), já teriam batido o martelo para a união da Máquina de Vendas com a City Lar. Segundo fontes próximas às companhias, seria necessário acertar apenas números finais, ainda sob o crivo da auditoria que dá subsídios para conclusão dos detalhes do negócio.

O acordo acertado até o momento prevê a união parcial da City Lar com a Máquina de Vendas. Isso quer dizer que entram na fusão as lojas localizadas no Norte e Nordeste do País, ficando de fora as unidades do Centro-Oeste, onde a companhia começou. Fundada em 1992, a empresa se iniciou em Cuiabá, Mato Grosso. Hoje reúne 170 lojas, espalhadas por 14 Estados de três regiões e com faturamento anual perto de R$ 800 milhões.

Um dos atrativos da companhia para integrar a Máquina de Vendas é a forte presença na região Norte, mercado praticamente inexplorado pelas as grandes redes varejistas. O passo decisivo do Grupo City foi dado dois anos atrás, quando comprou a rede maranhense Gabryella, líder de mercado eletrodomésticos e eletrônicos no Estado, onde tem cerca de 20 lojas.

De acordo com fontes de mercado, a intenção da Máquina de Vendas é manter a marca do Grupo City onde a empresa é forte – na Região Norte – e colocar a nova bandeira nas unidades da Insinuante localizadas na região. Em Manaus (AM) as duas redes têm travado uma acirrada disputa. Nos Estados do Nordeste, onde a Insinuante predomina, as lojas da City Lar devem ser batizadas com a marca baiana.

"O negócio faz todo sentido por causa da complementação de área de atuação", afirma o consultor da Mixxer Desenvolvimento Empresarial, Eugênio Foganholo. Ele observa que para a Máquina de Vendas cobrir todo o mercado brasileiro só falta incorporar uma rede do Sul.

Criada há menos de três meses, em março deste ano, a Máquina de Vendas nasceu com faturamento de R$ 5 bilhões, 528 lojas e presença nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste. Com a união parcial com a City Lar, essa nova gigante do varejo de eletrodomésticos e eletroeletrônicos engloba a região Norte e reforça a presença no Nordeste.

A grosso modo, a Máquina de Vendas incorpora perto de R$ 1 bilhão em seu faturamento e cerca de 200 lojas, ampliando o seu poder de barganha junto às indústrias com compras unificadas e solidificando a vice-liderança no setor, atrás apenas do conglomerado que reúne Casas Bahia, Ponto Frio e Extra Eletro.

Para Foganholo, o que chama a atenção é a rapidez com que os negócios de fusão estão evoluindo no varejo de eletrodomésticos. "Ao incluir em tão pouco tempo uma terceiro sócio, é sinal de que a associação entre o Ricardo (Ricardo Eletro) e o Luiz Carlos (Insinuante) está indo muito bem", diz o consultor.

Isso já não acontece com a Casas Bahia e o Grupo Pão de Açúcar, que anunciaram a união das companhias em dezembro do ano passado e voltaram à mesa de negociações há mais de dois meses, sem ainda ter acertado o fechamento de um novo acordo.

De toda forma, ter mais sócios na Máquina de Vendas era uma intenção explícita da empresa. Quando a união da Insinuante com a Ricardo Eletro foi anunciada, Batista e Nunes frisaram que já cogitavam novas associações para atingir metas agressivas de crescimento, isto é: em quatro anos, dobrar o faturamento e o número de lojas.

(Marcia de Chiara | O Estado de São Paulo)

 

 

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