Investidores planejam US$ 1 bilhão em hotéis até 2012

SÃO PAULO – Um grupo de 30 investidores estrangeiros, principalmente americanos e europeus, pretende aplicar US$ 1 bilhão no Brasil em hotéis, nos próximos dois anos. A estimativa é da consultoria Ernst & Young, nos Estados Unidos, que fez uma sondagem, a ser divulgada hoje, com fundos e bancos de investimento, além de empreiteiras.

"À exceção do México, o Brasil tem o maior volume de oportunidades potenciais. E a recuperação do setor hoteleiro no Brasil é robusta", diz o sócio da Ernst & Young em Miami, o brasileiro Rogério Basso. Segundo ele, foram entrevistadas entre 70 e 80 empresas no total. Todas elas com atuação no setor imobiliário.

Cerca de 60% dos interessados em investir no Brasil, afirma o consultor, pretendem se associar com parceiros locais. "Para entrar no Brasil, eles têm necessidade de se filiar a alguém com disponibilidade de terreno e conhecimento da legislação local", observa Basso.

A parcela de investidores que querem permanecer no país por mais de seis anos alcança 60% dos investidores ouvidos. São projetos que vão além da Copa do Mundo de Futebol de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Mas também "há muitos fundos oportunistas que querem entrar de maneira rápida só por causa da Copa e das Olimpíadas", diz o consultor, que está há 11 anos na Ernst & Young, em Miami.

Basso diz que os potenciais investidores planejam investir tanto na construção de novos hotéis quanto na aquisição de empreendimentos em operação. Segundo ele, a grande maioria prefere hotéis de luxo, com taxas de retorno mais atrativas do que as bandeiras econômicas.

"Para poder executar uma estratégia dessas (investir em hotéis econômicos) é preciso ter escala, encontrar uma parceiro que consiga 20 a 30 hotéis em cinco anos", diz Basso.

O estudo elaborado pela consultoria fez um mapeamento das dificuldades que os investidores estrangeiros enxergam no mercado brasileiro. São obstáculos como carga tributária e legislação trabalhista, entre outros.

"Os investidores solicitam um esforço muito grande em obras de infraestrutura. E não só em aeroportos ou rodovias. Eles também mostram preocupação com a falta de trabalhadores capacitados e equipamentos como elevadores", afirma Basso.

(Alberto Komatsu | Valor)

 

 

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