IRB Brasil prevê iniciar expansão na América Latina e África

O IRB Brasil planeja se expandir para a América Latina e a África, como parte de um amplo processo de internacionalização que pode exigir que a maior resseguradora do Brasil busque uma oferta inicial de ações antes de 2018, disse seu presidente-executivo, Leonardo Paixão, nesta segunda-feira.

O IRB tem licenças para operar em todos os mercados de resseguros da América Latina, com exceção de um ou dois países, disse Paixão em entrevista.

Embora um IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) possa aumentar consideravelmente a força do IRB Brasil, os acionistas controladores também podem fornecer o capital necessário para que a resseguradora se expanda no exterior num estágio inicial, disse.

Para os próximos anos, o IRB pretende ter de 35 a 40 por cento dos prêmios de resseguro no Brasil, que no ano passado atingiram 9 bilhões de reais, e ter cerca de 20 por cento de retorno sobre o patrimônio (ROE). Aumentar a participação dos acordos externos, atualmente em 12 por cento do total, ajudaria a diversificar fontes de receitas, disse Paixão.

No México, na América do Sul e na África, a demanda por resseguro está crescendo após anos de recordes de gastos de capital.

No Brasil, projetos de infraestrutura estão mais lentos após o escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras e grandes empreiteiras.

“A paralisia do mercado por conta dessa situação não é boa para o resseguro”, disse Paixão. Ao mesmo tempo, acrescentou, “há muitas oportunidades ótimas fora do Brasil, em mercados que acreditamos estarem muito bem.”

Por conta do escândalo de corrupção, o preço dos prêmios de subscrição podem subir cerca de 10 por cento para a maioria dos setores de forma não linear, disse Paixão, presidente do IRB desde abril de 2010. Esse aumento deve compensar aumentos de sinistros e do risco implícito maior dos novos contratos, disse. Os sinistros estão aumentando, com setores direta ou indiretamente envolvidos no escândalo enfrentando dificuldades de acesso a mercados de dívida e de ações, e novos projetos declinam enquanto a economia brasileira entra em recessão.

Porém, o escândalo não deve afetar o IRB significativamente, já que apenas 8 por cento das receitas vêm de novos contratos, disse. O IRB responde por cerca de 92 por cento do lucro do setor, que depende de fortes investimentos e massivas renovações dos contratos existentes. IPO Paixão evitou citar nomes de países para onde o IRB pretende crescer.

A fatia de 8 por cento que a companhia detém na Africa RE pode ajudar a acelerar os negócios no país, declarou.

Executivos do IRB esperavam que o IPO acontecesse antes, mas anos de volatilidade de mercado pesaram sobre a demanda por novas emissões de ações no Brasil. Apenas uma companhia conseguiu concluir sua listagem nos últimos 15 meses.

O IRB foi um monopólio estatal por sete décadas até que o governo abriu o mercado de resseguros local para a competição em 2007. Seus principais acionistas são Banco do Brasil, Itaú Unibanco e Bradesco.

(Exame)

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