Jaguar Land Rover define se constrói fábrica no Brasil daqui um mês

O presidente da Jaguar Land Rover no Brasil, Flavio Padovan, disse hoje que a marca britânica está estudando as regras do novo regime automotivo e daqui um mês vai definir sobre o investimento de uma fábrica no Brasil. Durante seminário sobre a indústria automobilística promovido na capital paulista pela Autodata, Padovan disse que o projeto não está suspenso, mas, sim, em etapa de estudos. “O projeto está vivo, mas passando por um momento de análise e estudo”, comentou o executivo.
 
O regulamento do novo regime automotivo, divulgado no início do mês, confirmou algumas regras de transição para as montadoras que pretendem se instalar no Brasil, dando a elas mais tempo para se adequar às exigências de nacionalização e investimentos em inovação colocados para a indústria nacional.
 
Montadoras de luxo ou que atuam em mercados de baixo volume, caso da Jaguar Land Rover, serão submetidas a níveis de conteúdo nacional mais confortáveis.
 
Mas, por outro lado, Padovan lembrou que o programa exige das montadoras altos investimentos no país, além de introduzir algumas dificuldades, como o cumprimento de, no mínimo, seis etapas de manufatura a partir do primeiro ano de operação – obrigatório para se ter acesso aos benefícios fiscais do regime.
 
Padovan, que também é presidente da Abeiva – a entidade dos importadores de carros -, avaliou que a concessão de cotas para as importações de automóveis atende às necessidades de marcas de luxo, mas ainda dificulta os negócios das empresas que movimentam volumes superiores. O novo regime permite a importação de até 4,8 mil carros sem o pagamento dos 30 pontos adicionais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), contrariando o pleito da Abeiva por um volume maior.
 
Da forma como foi definida, a cota dá viabilidade a marcas premium, como Audi, Chrysler e Porsche, mas prejudica as importações da Kia, que, no ano passado, trouxe mais de 77 mil carros ao país. Marcas de médio volume só terão viabilidade nesse novo cenário se investirem na produção local, lembrou Padovan.
 
O executivo disse que as cotas dão um respiro ao setor, mas a recuperação dos níveis de 2011, quando os importadores venderam quase 200 mil carros, seguirá complicada. Com as cotas, a expectativa é que o volume dos importados gire em torno de 150 mil automóveis. Sem elas, as importações ficariam em 90 mil unidades, projetou Padovan.

(Eduardo Laguna | Valor)

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