JBS aguarda janela de oportunidade para vender ações da Vigor

Depois de concluir em junho o processo de abertura de capital da Vigor, até então sua subsidiária, a JBS aguarda uma janela de oportunidade no mercado de capitais para vender suas ações e aumentar a liquidez dos papéis da companhia de lácteos na BM&FBovespa, afirmou hoje o diretor-financeiro da Vigor, Maurício Hasson, em conferência com analistas.

Com 21,32% do capital da empresa de lácteos, a JBS deve vender suas ações nos próximos 24 meses, conforme os termos da Oferta Permuta de Ações (OPA), que permitiu a abertura do capital da empresa. “De fato, nossa liquidez é muito baixa. Estamos esperando o momento adequado para a JBS  vender as ações que detém”, disse o executivo.

A fatia do frigorífico na empresa de lácteos é um resultado direto OPA, feita por meio da troca dos papéis da própria JBS pelos da Vigor. Como nem todos acionistas do frigorífico — 78,8% — aderiram à OPA, a processadora de carnes ficou com o restante das ações (21,3%). Além da JBS, a FB Participações, controladora do frigorífico, detém 44,62% das ações, o BNDES responde por 31,4% dos papéis. Outros 2,65% estão pulverizados no mercado.

Resultado abaixo do potencial

O presidente da Vigor, Gilberto Xandó, afirmou que a companhia de lácteos ainda está longe de seu potencial. “Historicamente, nosso mercado tem obtido margens acima de dois dígitos, por volta de 10%, 11%. É natural que a gente alcance esse patamar”, disse o executivo.

Entre abril e junho, a empresa obteve um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), de R$ 18,5 milhões, crescimento de 124,5% sobre o mesmo intervalo de 2011. Na mesma comparação, a margem Ebitda atingiu 5,7%, ante 2,8%.

Xandó argumentou que, diferente das margens apertadas das operações com leite longa vida (UHT), a Vigor concentra sua produção em derivados de leite como iogurtes e queijos nobres, que tem maior valor agregado.

“A nossa estratégia é manter em porcentuais menores os produtos de menor valor agregado”, afirmou o executivo. No segundo trimestre deste ano, o leite UHT respondeu por 8% do faturamento da Vigor, segundo Xandó.

(Luiz Henrique Mendes | Valor)

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