Johnson Controls investe US$ 51 mi

Líder no mercado nacional de baterias automotivas tanto para montadoras quanto para o segmento de reposição, a Johnson Controls vai investir US$ 51 milhões na ampliação e modernização da fábrica que opera em Sorocaba (SP). O prognóstico positivo para a indústria automobilística na América do Sul e a inexistência de um mercado de baterias importadas no país, que poderia ser beneficiado pela valorização do real e acirrar a concorrência com os componentes nacionais, justificam a decisão pelo investimento em território brasileiro.

"A participação do Brasil nos negócios da companhia vem crescendo sistematicamente nos últimos cinco anos. Agora, os resultados já estão acima dos níveis anteriores à crise", afirmou o diretor-geral da Johnson Controls para a América do Sul, Carlos Zaim. No trimestre encerrado em 30 de junho, as vendas líquidas globais da Johnson Controls, que está listada na Bolsa de Nova York, somaram US$ 8,5 bilhões, ante US$ 7 bilhões um ano antes. No ano fiscal que terminou em 30 de setembro, a receita líquida totalizou US$ 28,5 bilhões. A companhia não divulga faturamento por região.

A expansão da fábrica de Sorocaba, contou Zaim, começou a ser avaliada há um ano e boa parte dos recursos envolvidos no projeto sairão do caixa da própria subsidiária. "Por enquanto, não temos planos de construir outra fábrica no Brasil. Mas, quando houver um projeto, certamente será para Manaus", acrescentou. A Johnson é uma das maiores fornecedoras no país de baterias para motocicletas, cuja produção está concentrada na região Norte.

A expectativa é a de que o projeto comece a ser executado no próximo mês e esteja concluído em 30 meses, quando as novas linhas de produção de baterias para automóveis e para motocicletas devem atingir 100% de ocupação. De acordo com Zaim, as linhas atuais estão perto de 100% de ocupação e a capacidade adicional – 1,5 milhão de baterias automotivas e 1,5 milhão de unidades para motocicletas por ano – entrará gradualmente em operação. "Vamos observar a demanda, mas a meta é alcançar 100% até 2013."

Maior fabricante mundial de baterias automotivas chumbo-ácidas e desenvolvedora de tecnologias avançadas para esse tipo de componente, a Johnson Controls é dona da marca Heliar, que lidera com folga o mercado de baterias para reposição no país. Segundo Zaim, cerca de 70% das unidades produzidas aqui pela Johnson Controls são destinadas a esse mercado e os outros 30%, às montadoras. No Brasil, a companhia fornece o componente para toda a indústria automobilística, com exceção da Ford.

Segundo o diretor-geral, a evolução dos negócios na área de caminhões foi a que mais surpreendeu a companhia após a crise, com retomada mais forte do que o esperado. Já na área de motocicletas, cujas vendas foram bastante afetadas por conta da restrição do crédito, o momento ainda é de recuperação. "Notamos crescimento mais acelerado nas montadoras do que na reposição", disse o executivo. Para 2010, a previsão da Johnson Controls para o mercado automotivo nacional está alinhada às projeções Anfavea, que vê expansão de 6,5% na produção.

Para Zaim, o cenário positivo, que chamou a atenção de fabricantes de autopeças que têm encontrado dificuldades para vender seus produtos nos mercados americano e europeu, não deve ampliar a concorrência no segmento de baterias. "A importação é cara e complicada", explicou. O fato de os componentes serem pesados, levarem ácido na composição e descarregarem durante o transporte inviabilizam a operação.

(Stella Fontes | Valor)

 

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