Karsten e Altenburg planejam franquias e mais lojas próprias

Depois de lançarem algumas poucas unidades em caráter de teste, agora Karsten e Altenburg programam não só um aumento mais significativo de lojas próprias, como também já fazem os primeiros estudos para o lançamento de um canal de franquias.
 
A Karsten tem se mostrado mais adiantada no processo de franquias. Já há planos para começar esse projeto em 2013, mas o presidente da empresa, Alvin Neto, prefere ainda não dar detalhes sobre o investimento inicial para cada loja, área geográfica de maior interesse nem o valor de royalties ou perspectivas de faturamento. Mas afirma que este modelo será comercializado entre o fim de 2012 e início de 2013 e espera-se que daqui três a quatro anos a empresa tenha 25 lojas Trussardi entre próprias e franqueadas.
 
No fim do ano passado, o grupo Karsten abriu três lojas Trussardi em um modelo de parceria com clientes chamado de lojas em lojas. Nesta formato, há uma área dentro da loja do cliente que é exclusiva da marca Trussardi, com "check out" próprio. A operação é do cliente, mas a Karsten possui uma promotora Trussardi que acompanha o negócio e as informações de giro. As inaugurações ocorreram em Recife, Brasília e Florianópolis e há previsão de mais 12 lojas deste tipo neste ano, com uma meta de se chegar em até 50 em três anos.
 
Entre abril e maio, a Karsten dará outro passo no varejo, com inauguração de uma loja-conceito da Trussardi na capital paulista, criando a primeira loja monomarca, de fato, própria.

A busca pelo varejo vem aos poucos sendo o novo alvo das fabricantes do setor têxtil do ramo de cama, mesa e banho. O direcionamento busca a lucratividade e uma espécie de contraponto ao movimento do próprio varejo. Hoje, tanto o varejo de grande quanto o de médio porte já adquirem produtos manufaturados prontos na Ásia para vender em suas lojas no Brasil, deixando de comprar produtos da indústria nacional.
 
Na Altenburg, o projeto de franquias também avança e deve sair no médio prazo, mas o diretor comercial da empresa, Gláucio Braga, não dá detalhes. "O projeto está sendo estudado. Contratamos pessoas, mas está bem no começo. Hoje temos uma equipe estudando varejo e uma unidade de negócios voltada para isso".
 
Neste ano, a Altenburg programa a abertura de 16 novas lojas próprias, todas em São Paulo. Isso triplicaria o volume atual de lojas. No fim de 2011, a Altenburg já dava pistas do seu apetite maior pelo varejo ao inaugurar duas novas unidades na capital paulista, nos bairros de Moema e Itaim Bibi.

As novas lojas previstas devem seguir a ideia de inserção em bairros nobres e em shopping centers. "São Paulo tem bastante potencial e dá muita visibilidade para a marca. É a vitrine do Brasil", explica Braga sobre a opção de concentrar as novas lojas em um único Estado.
 
Em 2008, a Altenburg havia aberto uma loja-piloto em Balneário Camboriú (SC) para testes. Desde então vinha timidamente investindo nisso. Mas no ano passado, segundo Braga, houve uma revisão desses negócios e a empresa fechou 2011 com um total de quatro unidades: 3 em São Paulo e uma em Santa Catarina.
 
A revisão envolveu estudos sobre o modelo de loja, a variedade de produtos a ser ofertada e discussões sobre a localização, preços, entre outras. Dentre as diretrizes, o executivo explica que há preocupação de que os pontos de venda das lojas monomarcas estejam a uma determinada distância do varejo multicanal e que as lojas Altenburg tenham uma política "justa" de preços. Isto é, não vender mais barato do que varejo multimarcas. "É preciso ter um mark up (margem de lucro) dentro da realidade do mercado", diz Braga, considerando que a indústria também depende da existência do canal multimarcas para o seu faturamento. "Estamos indo com muito cuidado, pois a distribuição é importante nas lojas multimarcas. Para chegar a todos os pontos do Brasil você não faz isso só com pontos próprios e franquias".

(Valor)
 

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