Kroton avalia 35 oportunidades de aquisição

A Kroton Educacional planeja ampliar em cerca de 65 por cento o número de alunos de ensino superior por meio de compras de instituições nos próximos 24 meses, e confia em sua capacidade de rápida integração para rentabilizar as aquisições.

O objetivo é agregar, nesse intervalo, 60 mil estudantes à base atual da companhia de 92 mil universitários, disse à Reuters o presidente da companhia, Rodrigo Galindo.

Frente à pulverização do segmento de educação superior no Brasil, composto principalmente por instituições de menor porte, a Kroton traçou uma longa lista de possíveis alvos.

"Temos um ”pipeline” de 35 instituições, com desde discussões preliminares até ”due dilligence”", afirmou Galindo durante entrevista recente na sede da companhia em São Paulo, sinalizando que há aquisições próximas de serem fechadas.

Nas contas da Kroton, há 639 instituições de ensino em 269 municípios do país que podem ser alvo da companhia no futuro.

Em 2011, a Kroton já comprou duas instituições –Fama (MA) e União (PR)–, adicionando mais de seis mil alunos de ensino superior ao grupo com desembolso de 32 milhões de reais.

Além do ensino superior, a Kroton tem 281 mil alunos no ensino básico, com atuação em nove Estados brasileiros.

Utilizando uma equipe interna para analisar oportunidades de aquisições, a empresa continuará sendo muito "cuidadosa" na escolha de ativos e acredita em sua capacidade de integrar rapidamente novas aquisições a seu modelo acadêmico e de negócios.

Entretanto, há indicações de que a maior parte das compras será de instituições de ensino de pequeno porte. "Existem mais ativos pequenos do que grandes… Mas isso não significa que não estejamos avaliando ou prospectando ativos maiores, é que há mais ativos disponíveis entre três e sete mil alunos."
Em março de 2010, a Kroton adquiriu o grupo Iuni Educacional, do qual Galindo era presidente, por mais de 190 milhões de reais, em uma das maiores operações do setor no Brasil.

De acordo com o presidente da Kroton, as compras e os investimentos devem ser financiados com a recente captação líquida de 364 milhões de reais em uma emissão primária de units da companhia encerrada no começo de agosto, e também com a geração de caixa da empresa.

"Para os próximos 12 a 18 meses a companhia está capitalizada para financiar o processo de crescimento."

Além das aquisições, a Kroton investirá no crescimento orgânico das operações.

MARGENS

Para atingir a meta de elevar a margem Ebitda para 23 por cento em 2013, dos previstos 15 por cento para este ano, a companhia planeja uma série de medidas, como constituir apenas cursos com número mínimo de alunos, captar mais estudantes ligados ao Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) e revisar gastos corporativos e de gestão.

"Devemos entregar, em 2011, 15 por cento de margem Ebitda, e ela saiu de 9 por cento ano passado. Mas não estamos confortáveis com esse resultado."

Somente a renegociação do aluguel de imóveis deve ser responsável por ganhos de 2 pontos percentuais na margem até 2013, já que a grande maioria dos campus da Kroton são alugados. "Em 14 unidades tem problemas com contratos de locação", afirmou Galindo.

Listada no Nível 2 de governança da Bovespa, a companhia constantemente flerta com a possibilidade de ascender ao Novo Mercado, embora ainda não haja definições específicas sobre isso, disse o executivo.

"O caminho que a gente fez para aliviar o efeito negativo de que não estar no Novo Mercado possa trazer é que todos os direitos aos minoritários concedidos por companhias do Novo Mercado são concedidos pela Kroton", afirmou, exceto pela existência de ações preferenciais e ordinárias.

(Sérgio Spagnuolo l Reuters)

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