Kroton quer finalizar a integração do Iuni até dezembro

SÃO PAULO – A Kroton Educacional prevê encerrar até o fim do ano a integração do instituto de ensino superior Iuni, cuja aquisição foi fechada em março por R$ 191,7 milhões.

O avanço no processo deverá permitir à companhia capturar parte das sinergias previstas já na segundo semestre, ajudando o grupo a retomar a rentabilidade, segundo o presidente da instituição, Luiz Kaufmann.

Fora isso, diz o executivo, a Kroton poderá voltar a avaliar aquisições no ano que vem, já que a incorporação do Iuni foi colocada em primeiro plano em 2010. "Quando compramos o Iuni, dissemos que não estaríamos interessados em aquisições. Mas, em 2011, temos o interesse em voltar a crescer tanto organicamente como por aquisições", afirma Kaufmann.

As despesas relacionadas à incorporação do instituto ajudam a explicar as perdas líquidas de R$ 5,115 milhões auferidas pela companhia no primeiro semestre. No total, foram calculados R$ 15,763 milhões em despesas decorrentes de rescisões trabalhistas e pagamentos a consultorias, auditores e advogados. Outros R$ 15 milhões em custos de incorporação são previstos para o segundo semestre.

Os ajustes foram superiores ao que se imaginava e só nos quadros acadêmico e administrativo houve um corte de 1,08 mil funcionários. Kaufmann conta que boa parte dessas pessoas saiu em julho, indicando que as indenizações trabalhistas também deverão pesar no resultado do terceiro trimestre.

A boa notícia – pelo menos aos investidores – é que esse enxugamento da folha já deverá render economias da ordem de R$ 30,6 milhões de agosto a dezembro. Mais R$ 4 milhões virão de outras iniciativas de redução de custos.

Assim, as sinergias anuais previstas na integração do Iuni – que deverão ser capturadas quase integralmente no ano que vem – passaram de R$ 20 milhões para R$ 40 milhões.

Em entrevista ao Valor, Kaufmann também disse que as conversas da Kroton envolvendo parcerias, associações ou mesmo a venda de ativos refletem um aquecimento no mercado de ensino do país.

Segundo o executivo, a empresa se apressou em comunicar ao mercado que estuda um movimento nesse sentido por estar em meio a um programa de recompra de ações. "Não seria adequado que esses eventos surgissem após o programa", afirmou.

(Eduardo Laguna | Valor)

 

+ posts

Share this post