Lançamentos de tablets devem fazer vendas triplicarem no Brasil

Embora incipiente, a venda de tablets no mercado nacional começa a mostrar os primeiros sinais de robustez. Só no ano passado, os brasileiros compraram 100 mil unidades de todos os fabricantes, entre itens comercializados em solo nacional e importados, mostrou um levantamento da consultoria IDC. Mas a previsão dos analistas é de que, este ano, as vendas tripliquem, atingindo 300 mil aparelhos. Desde abril do ano passado, quando foi criada essa espécie de evolução do computador portátil, com o lançamento do iPad, da Apple, o produto segue restrito, na maioria dos casos, a aficionados e a executivos.

“O usuário se identificou e se adaptou bem ao aparelho”, declarou Luciano Crippa, coordenador de pesquisas da IDC. As vendas só não foram maiores por conta de barreiras como o alto preço do produto no país, a falta de familiaridade de parte dos consumidores com o dispositivo e a espera pelo lançamento de modelos mais completos. O iPad 2, por exemplo, pode chegar ao mercado até o segundo semestre, com itens como câmera embutida e processador mais potente. No último domingo, a Samsung, por exemplo, anunciou o novo Galaxy, com tela ampliada.

Marcel Santos, gerente de produtos da Asus no Brasil, reconhece que o avanço dos tablets no mercado é uma tendência mundial, mas pondera que, por aqui, a maior dificuldade é o alto preço do produto. “É preciso compreender o momento pelo qual passa o Brasil. Uma parcela significativa da classe C planeja comprar o primeiro computador e o mais provável é que ele seja um notebook ou netbook, e não um tablet. Neste ano, viveremos a
consolidação do tablet entre as classes A e B, mas a popularização só deve começar a partir do ano que vem”, avaliou.

Análise semelhante faz Luciano Crippa. O especialista acredita que ainda existe uma capacidade significativa de vendas de PCs no Brasil, e há um volume grande de usuários que não aderiram nem mesmo ao notebook. A tendência, no entender dele, é de que essas pessoas passem pelos produtos tradicionais antes de chegarem aos mais recentes.

Impostos

Uma das formas em estudo pelo governo para baratear os tablets é o corte de impostos, com objetivo de estimular a fabricação nacional. Santos considera que, se concretizada, a desoneração será um avanço, mas precisará de um prazo aproximado de seis meses, a partir do início da vigência, para ser percebido pelos consumidores — prazo necessário à adaptação dos fabricantes. Independentemente se houver ou não redução tributária, o ápice das vendas em 2011 é esperado para o segundo semestre, período em que chegarão ao Brasil os produtos apresentados agora no exterior.

Henrique de Campos Junior, da Marco Consultoria, destaca que, apesar do crescimento expressivo — de 200% em 2011 —, os tablets continuarão com uma fatia de mercado este ano. “Essa é uma categoria de produto que surgiu há menos de um ano”, argumentou. Para se ter ideia, enquanto as vendas dos aparelhos devem ficar na faixa de 300 mil,  serão vendidos 15,6 milhões de desktops, notebooks e netbooks em 2011. O campeão de vendas será o notebook, com 7,5 milhões de unidades comercializadas.

(Gustavo Henrique Braga l Correio Braziliense)

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