Localfrio vai investir R$ 20 milhões em novas operações em Pernambuco

Grupo especializado na movimentação de contêineres em Santos e Itajaí (SC), a Localfrio fechou a compra de três operações no porto de Suape, totalizando uma área de armazenagem de 180 mil m2 no porto pernambucano. Além da aquisição – de valor não revelado – a empresa pretende investir mais R$ 20 milhões no negócio para comprar máquinas de movimentação de carga e construir armazéns e pátios para aproveitar a perspectiva de expansão do polo industrial do porto.

As operações adquiridas foram as empresas Suata e Atlântico, donas de retroáreas para movimentação de carga desembarcada no Tecon, o terminal de contêineres de Suape. Com dois berços de atracação próprios, o Tecon movimentou em 2008 cerca de 300 mil TEUs – unidade equivalente a um contêiner pequeno. O movimento caiu em 2009, mas este ano já ultrapassou o volume de 2008 e pode chegar a 400 mil TEUs. A administração do porto tem a perspectiva de movimentar, em 2016, cinco vezes mais do que hoje, chegando a 48 milhões de toneladas de carga geral – basicamente contêineres. Em 2010, foram 9 milhões de toneladas.

A Localfrio comprou também a Suata Transportes, uma empresa com 81 caminhões, e a Suata Log, uma empresa pré-operacional, com um terreno de 90 mil m2 dentro do complexo portuário do Suape, ainda em obras.

Uma das operações, a Atlântico Terminais, tem o direito de operar o berço de atracação público do porto, hoje usado apenas pelo Tecon. Mas Marcelo Orpinelli, presidente da Localfrio, diz que a intenção da empresa é se manter na operação de retroáreas – a mesma operação da empresa em Santos – que é a sua especialidade. A aquisição de terminais marítimos no futuro, contudo, não saiu do horizonte do grupo. O novo negócio, diz, não esgotou a capacidade de investimento do grupo. "A expansão está em andamento, ainda temos muita capacidade de investimento", diz o executivo.

Com as novas compras, a receita da empresa deve passar de R$ 200 milhões este ano para R$ 300 milhões em 2011. O investimento ajudará a cumprir a meta de dobrar a receita do grupo entre 2010 e 2015 – chegando a R$ 400 milhões. E devem vir mais aquisições por aí, diz Orpinelli.

Segundo o executivo, a operação de Suape se mostrou atrativa por ser uma forma de nacionalizar a atuação da empresa – hoje concentrada em Santos, com operações menores em São Paulo e Santa Catarina – e coloca a Localfrio em uma operação promissora. O complexo industrial de Suape está recebendo as instalações da refinaria Abreu e Lima da Petrobras, do Estaleiro Atlântico Sul, e outros projetos que totalizam investimentos de R$ 6,3 bilhões. Além de movimentar o porto com a chegada de máquinas e equipamentos, esses projetos deverão garantir a demanda pelos serviços da Localfrio depois de operacionais, avalia Orpinelli.

(Fernando Teixeira | Valor)

 

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