Locamérica reduz piso e conclui oferta de ações

A primeira estreia do ano na BM&FBovespa será da locadora de veículos Locamérica, que reduziu ontem o preço de sua oferta inicial de ações. Os papéis estavam inicialmente previstos para chegar ao pregão amanhã.
 
Em um sinal de que o apetite para essas operações continua modesto, a Locamérica terá de vender papéis a um valor inferior ao inicialmente pretendido para concluir a operação.
 
O Valor apurou que as ações sairão por R$ 9,00 – até o início da noite de ontem, a oferta não estava registrada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A faixa inicialmente sugerida variava entre R$ 11 e R$ 14. Por conta da redução do piso, a conclusão da oferta acabou adiada em um dia.
 
A operação deverá somar R$ 273 milhões. Em relação ao piso inicialmente pretendido, a redução de preço foi de 18%.
 
Na manhã de ontem, as informações de mercado eram que, a R$ 11, havia demanda apenas para metade dos papéis ofertados.

Alguns fundos, entretanto, fizeram reservas a R$ 9, mas o mercado ainda questionava se a esse preço a empresa colocaria a oferta. Durante as apresentações a investidores, os empresários afirmaram que poderiam buscar outras oportunidades se não houvesse janela para a oferta, como a entrada de um fundo de participações.
 
No mercado, desde a semana passada, já existia alguma expectativa de que ofertas pequenas, ou abaixo de R$ 500 milhões, caso da Locamérica e também da fabricante de móveis Unicasa, que conclui operação semana que vem, poderiam ter algumas dificuldades. Além da preocupação com a liquidez do papel na bolsa, ambas possuem grande parcela secundária – em que o dinheiro não vai para a empresa, mas para o bolso dos acionistas vendedores.
 
Com as ações saindo a R$ 9, a oferta da Locamérica deverá somar R$ 273 milhões – R$ 163 milhões para o caixa, R$ 109,3 milhões para os acionistas vendedores, que são os dois fundadores, Luis Fernando Porto e Sérgio Resende, e o banco Votorantim. Em entrevistas anteriores, o banco já afirmou que deve precisar de novos aportes de capital. Ao transformar o investimento em uma empresa em dinheiro, o banco consegue melhorar sua capacidade de alavancagem.
 
Dos recursos que ingressarem para o caixa, 60% irão para a aquisição de veículos para expansão e renovação de frota e o restante para reforço de capital de giro.
 
Locamérica chega à bolsa avaliada em R$ 585 milhões. A concorrente listada, a também mineira Localiza, é avaliada em quase R$ 7 bilhões. Conforme cálculos da Fator, a esses valores, em 2011, o preço/lucro da Locamérica seria de 25,4 vezes e o da Localiza, de 23,7 vezes. Esse indicador divide o preço em mercado da empresa e o lucro por ação e reflete o número de anos que se levaria para reaver o capital aplicado.
 
Na terça-feira, a Qualicorp, operadora de planos de saúde, concluiu sua oferta subsequente de ações. A operação somou R$ 674,3 milhões. Com isso, a quantidade de ações da Qualicorp em circulação no mercado deverá praticamente dobrar, o que é considerado como positivo pelos investidores.
 
Na próxima terça-feira, 24 de abril, a Fibria Celulose deverá concluir sua oferta estimada de R$ 1,25 bilhão.
 
No mesmo dia, o mercado conhecerá o preço da oferta do BTG Pactual, a operação mais aguardada deste ano. A oferta deverá variar entre R$ 2,6 bilhões e R$ 4,1 bilhões.
 
Quem encerra a fila de distribuições, é a Unicasa, cuja operação deverá variar entre R$ 436 milhões e R$ 731 milhões.
 
Além de pequena, essa oferta é majoritariamente secundária – 65% dos papéis serão vendidos por seis acionistas, entre eles Alexandre Grendene, sócio da fabricante de calçados Grendene.

(Valor)
 

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