Lopes compra 51% da Plus e passa a vender imóveis da MRV em SP

SÃO PAULO – A Lopes fez a quarta aquisição do ano, a maior em São Paulo até agora. A companhia adquiriu 51% da Plus, imobiliária de 35 anos com atuação nas zonas Oeste e Sul da capital, por R$ 11,7 milhões. Apesar da forte atuação no mercado de usados – segmento no qual a Lopes pretende crescer com a marca Pronto! -, o principal atrativo da Plus está no contrato de exclusividade para comercialização dos empreendimentos da mineira MRV na região metropolitana de São Paulo.

A Lopes tentou trabalhar com a MRV, maior construtora de imóveis populares do país, mas não conseguiu – a exclusividade já estava com a Plus. A Lopes vende os lançamentos da MRV apenas no Nordeste. Agora, passa a comercializar os imóveis da construtora no maior mercado do Brasil. Atualmente, a Plus trabalha com mais de cinco lançamentos da MRV e acaba de abrir um escritório em Guarulhos, justamente para vender os projetos da MRV. "A aquisição nos permite crescer no lançamento de produtos econômicos, mercado importante hoje por conta do programa do governo", diz Marcelo Leone, diretor de relações com investidores da Lopes.

A Lopes pagou R$ 4,69 milhões para garantir o negócio e o restante será pago em até quatro anos – o valor pode variar de acordo com os resultados da imobiliária. A Plus chegou a negociar com a BR Brokers, principal concorrente da Lopes no Brasil, mas acabou fechando com a Lopes. "Eles têm tradição no mercado imobiliário", diz Lucia Maria de Paula e Souza, sócia da Plus. Com com 350 corretores, a empresa vende cerca de R$ 400 milhões por ano. O volume de lançamentos até o fim do primeiro trimestre de 2011 é de R$ 600 milhões.

Depois de passar quase dois anos crescendo organicamente, a Lopes Imobiliária seguiu o caminho da concorrente BR Brokers e voltou a expandir por meio da aquisição de imobiliárias em diferentes regiões do país. Nos últimos dois meses comprou mais 10% da Patrimóvel, maior imobiliária do Rio – a Lopes já tinha 10% e tem até o fim do ano para exercer a opção de compra de 51%. Também comprou a Self, em Niterói, e Vila Nova Conceição (VNC), em São Paulo. Desde que abriu capital, a Lopes adquiriu dez empresas, incluindo a Plus. As primeiras aquisições foram focadas no mercado de lançamentos e as últimas, no segmento de usados – plataforma ainda pequena nos resultados da Lopes.

O mercado secundário está ganhando espaço na estratégia das grandes imobiliárias. Mas o cenário atual, de forte aquecimento do setor e uma avalanche de lançamentos, está engordando os resultados das imobiliárias, que não precisam de capital de giro para construir e podem usar boa parte do caixa para aquisições.

A disputa entre as duas maiores é grande e vai desde a concorrência por ativos até os resultados. A Lopes lançou R$ 6 bilhões, vendeu R$ 3,4 bilhões no segundo trimestre e lucro de R$ 22,6 milhões, segundo balanço divulgado na semana passada. A BR Brokers, empresa que abriu capital com um porte pequeno e foi crescendo via aquisições, lançou R$ 5,5 bilhões no segundo trimestre e vendeu R$ 4,1 bilhões, recorde da companhia e maior volume de transações de uma empresa imobiliária em um trimestre. Teve lucro líquido de R$ 23,9 milhões, alta de 75% sobre o segundo trimestre de 2009. A receita, entre abril e junho, somou R$ 85,2 milhões, alta de 41%.

(Daniela D´Ambrosio | Valor)

 

 

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