Lucro da Triunfo sobe, mas margem operacional cai

A Triunfo Participações e Investimentos (TPI), holding de infraestrutura que controla concessões rodoviárias, porto privativo e hidrelétrica, registrou lucro líquido de R$ 17,1 milhões no quarto trimestre de 2010, aumento de 40,4% sobre o mesmo intervalo do ano anterior.

Os principais aspectos que tiveram impacto no resultado foram o crescimento da receita do segmento portuário e a indenização do seguro pela Iceport, câmara frigorífica que compõe as instalações do terminal portuário (Portonave, em SC) e que pegou fogo em 2009.

Apesar da alta do lucro trimestral, na comparação anual o resultado líquido caiu 25%, para R$ 33,9 milhões. De acordo com a diretora de Relação com Investidores da companhia, Ana Carvalho, o recuo se deveu à aplicação, pelo primeiro ano, do padrão internacional de contabilidade IFRS, que se tornou obrigatório.

"Acabamos fazendo alguns reajustes que fizeram com que a nossa depreciação aumentasse. Só que a depreciação não é desembolso de caixa, é somente um item contábil", diz Ana. No cálculo de lucro para distribuição de dividendos, essa depreciação fica de fora. Em 2010, a base de dividendos teve um crescimento de 1.127,5%, para R$ 102,962 milhões. O salto foi decorrente, em maior parte, da compensação de todo o saldo de prejuízos acumulados em 2009 e impactos do ajuste de avaliação patrimonial. No ano passado, a Triunfo distribuiu 100% dos R$ 8,4 milhões. A assembleia geral definirá o percentual a ser repassado neste ano, com mínimo de 25%.

O desempenho operacional da Triunfo no quarto trimestre de 2010 foi positivo. Nas rodovias (a empresa tem as concessões da Concer, Concepa e Econorte),o fluxo cresceu 9,2%, chegando a 18,8 milhões de veículos equivalentes. No setor portuário, a movimentação aumentou 8,2%, para 155.404 Teus (contêiner de 20 pés); e no braço de energia foram gerados 155.443 MWh, marcado pelo início de geração pela nova controlada da Rio Verde.

No conjunto, a receita operacional líquida da Triunfo aumentou 40,3% no último trimestre, para R$ 154 milhões. No ano todo, as vendas líquidas somaram R$ 545,8 milhões, salto de 21%.

Além do crescimento da movimentação operacional o grupo também teve reajuste das tarifas nas rodovias, o que contribuiu para a alta expressivo na receita.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) no quarto trimestre chegou a R$ 87,1 milhões, aumento de 30,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já a margem Ebitda, calculada sobre a receita líquida, caiu 4,5 pontos percentuais, ficando em 55,5%. A redução foi decorrente do aumento nos gastos com pessoal e operação portuária. "Contratamos quase 100 funcionários para trabalhar no porto, além disso, fizemos um acordo com o Órgão Gestor de Mão de Obra que elevou os salários no cais", diz Ana.

O resultado financeiro do último trimestre de 2010 foi uma despesa líquida da R$ 29,8 milhões, aumento de 130,4%. Segundo a diretora, uma das explicações foi a contratação de financiamento no fim do ano.

Para este ano, Ana avalia que o crescimento continuará, mas de forma menos acentuada no braços rodoviário e portuário. "Vamos crescer, mas não tão fortemente, pois nossa base já aumentou".

(Fernanda Pires | Valor)

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