M. Dias Branco prepara entrada no segmento de mistura para bolo

A M. Dias Branco, líder nacional em vendas de massas e biscoitos, planeja entrar nos segmentos de torradas e mistura pronta para bolo. Segundo Luiz Eugenio Lopes Pontes, diretor comercial corporativo da empresa, as máquinas para produzir mistura para bolo já foram compradas. "Estamos estudando como será a operação, em quais moinhos [será a produção]", disse ontem em conferência com analistas. O executivo disse que ainda estão avaliando se a entrada no mercado de torradas se dará por aquisição de uma marca ou fabricação própria.
 
A empresa, dona da marca Adria, vai apostar em produtos de maior valor agregado durante o ano. Um deles é o macarrão instantâneo para micro-ondas, voltado principalmente para os mercados do Sul e Sudeste. A expectativa, diz Geraldo Luciano Mattos Júnior, vice-presidente de investimentos e controladoria da companhia, é que o consumo desse item cresça também na região Nordeste, por causa do maior poder aquisitivo da população, beneficiada pelo aumento do salário mínimo no começo do ano. "Vamos ver se aumenta a quantidade de micro-ondas no Nordeste, que é menor que no Sudeste", disse, ressaltando que há espaço no mercado para isso.
 
Os executivos deixaram claro que a M. Dias Branco continua interessada em fazer aquisições, caso surjam oportunidades. Em dezembro, a companhia comprou a marca Estrela, da cearense Pelágio, por R$ 240 milhões, após adquirir a pernambucana Pilar, por R$ 69,9 milhões, em abril.
 
No primeiro trimestre deste ano, a M. Dias Branco teve lucro líquido de R$ 106,5 milhões, uma alta de 29,6% sobre o mesmo período de 2011. A receita líquida registrou aumento de 25,3%, para R$ 811,1 milhões.
 
A dívida líquida cresceu 107%, para R$ 407,8 milhões, mas Mattos Jr. ressalta que o nível de alavancagem da companhia (dívida líquida pelo Ebitda) está em 0,8, "uma situação confortável". Ele diz que o endividamento aumenta quando a M. Dias Branco prepara o caixa para fazer uma aquisição, como a da Estrela no fim do ano passado. "Ainda assim a nossa dívida tem taxa reduzida em relação a empresas de grande porte."

(Letícia Casado | Valor)

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