Magazine Luiza terá 60 novas lojas no NE

Menos de um ano após sua entrada no Nordeste, por meio da aquisição da Lojas Maia, o Magazine Luiza já enxerga a necessidade de pelo menos 60 novas lojas na região. Segundo Luiza Helena Trajano, presidente da rede varejista, os pontos já estão sendo identificados e adquiridos.

O Magazine Luiza tem atualmente 142 pontos de venda no Nordeste e pretende chegar a 200 em um período de dois anos. Com a economia mais pujante da região, Pernambuco pode ser, segundo a empresária, o Estado mais contemplado com as novas lojas da rede.

Paralelamente, a empresa está iniciando o processo de retirada do mercado da marca Lojas Maia, que vem sendo utilizada desde a compra da rede paraibana, em julho do ano passado. "Vamos reformar essas lojas, incluir artigos de presente e brinquedos e, então, passar a utilizar apenas a marca Magazine Luiza. Será gradual", explicou.

Ainda se acostumando à discrição exigida dos executivos de companhias abertas, Luiza Trajano se esquivou de algumas perguntas, entre elas uma sobre oportunidades de aquisição no ainda pulverizado varejo nordestino. "Não estamos vendo nada", limitou-se a dizer. Ela informou que as vendas na região estão crescendo três vezes mais do que o estimado inicialmente, mas preferiu não revelar números.

Sobre o desempenho das vendas pela internet no país, a empresária afirmou que cresceram 70% em 2010, enquanto o faturamento total da companhia avançou 28%. Dentro de um ano, o Magazine Luiza pretende integrar seus centros de distribuição na Bahia, na Paraíba e no Ceará ao canal de vendas pela internet, o que ainda não acontece.

A ideia é evitar atrasos nas entregas e também atender ao pleito dos governadores da região, que há algum tempo travam uma batalha com o Sudeste pelos impostos gerados nas vendas on-line. Recentemente, os governadores nordestinos elevaram o tom das reivindicações contra o modelo de distribuição dos impostos, que privilegia os Estados onde ficam os centros de distribuição.

Em alguns casos, como no Ceará, foram impostas barreiras às compras eletrônicas, o que acabou prejudicando a operação das redes, caso do Magazine Luiza. "Sou a favor dos Estados dividirem o ganho. Essa briga gerou problemas, mas a causa é justa", avaliou Luiza.

Ainda sobre o Nordeste, a empresária informou que problemas com as leis trabalhistas estão atrapalhando o programa, lançado recentemente, que visa a repatriação de funcionários nordestinos que atuam em outras praças. Segundo ela, só será possível transferir os cerca de 800 trabalhadores para suas cidades de origem após a unificação da razão social do Magazine Luiza em todo o território nacional.

A empresária confirmou ainda que foi percebido um arrefecimento no consumo a partir de 15 de abril deste ano, resultado das medidas de combate à inflação implementadas pelo governo. A redução temporária nas vendas, segundo ela, também é justa: "Temos obrigação de lutar contra a inflação. Nosso maior risco é ela voltar, mas isso não vai acontecer", completou.

(Murillo Camarotto | Valor)

Website | + posts

Share this post