Mazda recomeça no Brasil

Depois de sair do Brasil em 2000, a japonesa Mazda está de volta, anunciando investimentos de US$ 500 milhões.

Os tímidos resultados de venda, aliados à concorrência com a Ford, dona de uma fatia de 33,9% de seu capital, levaram a japonesa Mazda a abandonar o Brasil, em 2000. Na semana passada, a montadora anunciou que está pronta para voltar a acelerar por aqui. Livre das amarras da parceira americana, que hoje detém apenas 3,5% de suas ações, a japonesa elaborou uma estratégia que coloca o México como base produtiva e o Brasil como um dos principais destinos para seus carros. Para isso, pretende investir US$ 500 milhões em uma fábrica em  Salamanca, no México, com capacidade de produzir 140 mil veículos, por ano, a partir de 2013. 

As vendas no Brasil começam em 2012. "Vamos fortalecer nossos negócios na América Central e do Sul, incluindo o Brasil, um mercado em rápido crescimento", afirmou em comunicado, Takashi Yamanouchi, CEO da Mazda. Essa retomada, porém, pode não ser tão tranquila. “O principal desafio da Mazda será reconquistar a confiança do consumidor”, diz Luiz Carlos Augusto, diretor da consultoria JATO Dynamics do Brasil. Tarefa que poderá ser facilitada pelo fato de que, nesses onze anos, os proprietários de veículos da marca, não ficaram ao relento. É que a Mazda nomeou a empresa TTI Brasil, para continuar prestando assistência técnica.

Além disso, contará  daqui para a frente com um parceiro que fala o mesmo idioma, a subsidiária brasileira da Sumitomo Corporation, que ficará com 30% do negócio. Agora, a Mazda tem como foco a faixa entre R$ 30 mil e R$ 50 mil, com o popular Mazda2 e o hatch médio Mazda3, respectivamente. São veículos de categorias que juntas respondem por 43,5% das vendas no País, de acordo com dados da Fenabrave, a entidade que representa os varejistas.
 
No jogo global do setor, a Mazda pode ser considerada uma companhia pequena, pois fabrica cerca de 1,2 milhão de automóveis por ano, ante 8,4 milhões da Toyota. Ao se instalar no México, ela garante acesso facilitado aos principais mercados das Américas por conta do acordo de isenção de taxa de importação entre os países. “O mercado brasileiro está aberto”, diz Augusto. Segundo ele, pesa a favor da montadora a imagem que o brasileiro tem dos carros japoneses. “Há a percepção de que o produto pode custar mais caro porque tem qualidade”, afirma.

(Rafael Freire l Isto é Dinheiro)

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