Mercado espera ofertas de ações de Fibria e Suzano

Diante da situação de alta alavancagem de Fibria e Suzano Papel e Celulose, o mercado espera que ambas realizem ofertas de ações. A operação da Fibria poderá ocorrer em março. A expectativa é que os atuais acionistas, BNDES e Votorantim, acompanhem a operação e que até R$ 2 bilhões sejam absorvidos por novos investidores no mercado.
 
Procuradas pelo Valor, a Suzano diz que não comenta rumores de mercado. A Fibria "nega que esteja em curso uma proposição de oferta de ações ou quaisquer outro instrumento que altere sua estrutura societária".
 
A agência de avaliação de risco Fitch reafirmou ontem os ratings da Fibria, com perspectiva estável, "apesar dos níveis de alavancagem elevados para a categoria de rating". A decisão, diz a Fitch, está baseada na "expectativa de que a companhia reduzirá a dívida e a alavancagem em 2012, por meio da combinação de venda de ativos, emissão de ações e fluxo de caixa livre das operações, de forma que a alavancagem líquida fique em, no máximo, 3 vezes".

Fibria e Suzano foram levadas a renegociar compromissos assumidos com credores, no fim do ano passado, diante do descumprimento de cláusula referente ao nível de endividamento. No quarto trimestre, a relação entre dívida líquida e Ebitda da Fibria ficou em 4,8 vezes, acima do teto de 4 estabelecido pela empresa.
 
A Suzano ainda não divulgou os resultados do quarto trimestre. Mas de julho a setembro a relação entre dívida líquida e Ebitda da empresa ficou em 4,2 vezes, acima do limite de 3,5 vezes.

A Fibria está se preparando para iniciar as operações de uma nova linha de produção em Três Lagoas (MS), no segundo semestre de 2014. O projeto, que envolve aporte de R$ 5,8 bilhões, deve ser encaminhado à aprovação do conselho de administração no próximo semestre, porém sua execução levará em conta as condições do mercado de celulose.
 
A expectativa é a de que o BNDES participe do financiamento do projeto, a despeito do acordo de acionistas que prevê redução gradual da participação do banco de fomento no capital da empresa. Sob os termos do acordo assinado por Votorantim Industrial (VID) e BNDES em 2009, o banco se compromete a manter posição mínima de 21% na Fibria pelos três anos seguintes – prazo que se encerra no fim de 2012 – e de 11% nos dois anos posteriores.

(Ana Paula Ragazzi e Stella Fontes | Valor)

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