Metso Paper muda sede no país e expande fábrica no PR

A competitividade da celulose brasileira tornou o país um dos maiores fornecedores do insumo no mundo e atrai a atenção dos fornecedores de serviços e equipamentos. A Metso Paper, uma das maiores fabricantes de máquinas e equipamentos para a indústria de celulose e papel no mundo, vai investir R$ 50 milhões em Araucária (PR) para ampliar a capacidade da companhia na área de serviços e construir a nova sede administrativa e operacional na América do Sul, que abrigará os ativos hoje instalados em Curitiba.

O projeto faz parte da estratégia global do grupo finlandês de ampliar presença em mercados emergentes e no segmento de reparo, manutenção e pré-montagem de equipamentos, que no ano passado respondeu por 41% do faturamento, de € 5 bilhões.

A participação da cúpula da Metso em evento hoje no Paraná – a maior operação no país fica em Sorocaba (SP) – mostra a importância que o Brasil, líder no ranking de produção de celulose de eucalipto, conquistou nos negócios do conglomerado. "As perspectivas para o mercado são muito positivas", diz o presidente da Metso Paper na América do Sul, Celso Tacla.

Apenas três projetos, dentre os vários sinalizados pelos produtores sul-americanos, devem movimentar cerca de US$ 5 bilhões a partir deste ano. A Metso participa neste momento de duas concorrências: o fornecimento de equipamentos para a fábrica de celulose do consórcio formado por Arauco e Stora Enso em Montes del Plata, no Uruguai, e para a unidade sul-mato-grossense da Eldorado Celulose, joint venture entre o empresário Mário Celso Lopes, da Florestal Investimentos Florestais, e a holding J&F, controladora da JBS Friboi. A próxima disputa deve ser pelo projeto Grandis da Suzano Papel e Celulose, no Maranhão, que em breve entrará em fase de especificação técnica.

Os contratos na área de serviços, conforme Tacla, vêm mostrando crescimento desde o fim do ano passado. No primeiro semestre de 2009, projetos de reparo e manutenção de equipamentos acabaram postergados em razão da crise econômica. "Houve represamento dos pedidos e agora há crescimento muito grande", conta.

A nova sede da Metso Paper ocupará uma área de 60 mil metros quadrados, dos quais 10 mil metros quadrados voltados à produção de equipamentos e serviços. Na unidade, também serão fabricados itens da linha "power", que compreendem, entre outros, caldeiras de biomassa, que podem tanto ser utilizadas pelas produtoras de celulose e papel quanto por outros tipos de indústrias. As instalações de Curitiba, conforme Tacla, serão entregues à Aker Solutions em 2011, quando o projeto em Araucária fica pronto. Até o ano que vem, a companhia planeja ter investido cerca de 60% do total orçado para o projeto. O restante será aplicado até o fim de 2015.

A estratégia global da Metso compreende ainda o fortalecimento da presença nos mercados de mineração e construção, que representaram cerca de 40% do faturamento em 2009 – tecnologia de papel e fibra respondeu por 28% e a área ambiental e de energia, 30%.

Principal concorrente da Metso, a Voith Paper também vê com otimismo os negócios na América do Sul em 2010. No fim do ano passado, as empresas do setor ainda não conseguiam dimensionar o ritmo de recuperação dos negócios, que acabou impulsionado em 2010 pela onda de reajustes mensais nos preços internacionais da celulose.
 
(Stella Fontes | Valor)

 

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