Mineradora Manabi, pré-operacional, fará oferta primária de ações

A Manabi Holding, mineradora pré-operacional, entrou com pedido para realizar sua pública oferta inicial de ações. A operação será primária — em que os recursos vão para o caixa da companhia — e será realizada concomitantemente no Brasil e no Canadá.
 
A oferta brasileira será coordenada pelos bancos Credit Suisse, Goldman Sachs e Itaú BBA, com esforços restritos de colocação nos Estados Unidos, apenas para investidores qualificados.
 
Já a fatia canadense da operação se dará por meio da emissão de GDRs, recibos globais de ações, e será coordenada por Credit Suisse, Goldman Sachs e pelo banco BMO.
 
O prospecto preliminar da oferta ainda não está disponível e não há informações quanto a prazos nem expectativa do valor a ser captado.
 
A Manabi, criada em março de 2011, detém os direitos para prospecção de minério de ferro em uma área de cerca de 9 mil hectares nos municípios de Morro do Pilar, Conceição do Mato Dentro e Passabém, na região do Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais. Os ativos foram adquiridos das empresas Morro dos Pilares e Morro Escuro em junho, por R$ 491,4 milhões e R$ 55,4 milhões, respectivamente
 
De acordo com o plano de negócios, os investimentos iniciais devem se concentrar principalmente nos relatórios de pesquisa em relação ao potencial minerário da região e obtenção das licenças necessárias à operação, além da estrutura logística e contratação de pessoal.
 
Para 2013, está programado o desenvolvimento da mina, a construção de um mineroduto e um porto — a opção de compra de um terreno de 980 hectares para a construção de um terminal portuário em local não revelado consta nas demonstrações financeiras. Uma alternativa manifestada pelo plano de negócios seria o escoamento da produção por meio do porto de Açu, que está sendo construído no norte do Rio de Janeiro, ou pelos portos de Kennedy e São Mateus, ambos no Espírito Santo. A fase de operação comercial da empresa teria início em 2015.
 
Um registro na Securities and Exchange Commission (SEC), a CVM americana, mostra que, em junho, a empresa levantou US$ 343,2 milhões em uma oferta privada de ações e opções entre os sócios.
 
Os principais acionistas da companhia são a Fabrica Holdings, fundo de investimentos de pessoas físicas com sede no Rio de Janeiro, com 60% das ações ordinárias (com direito a voto). Os canadenses Michael Todd Goldsmith e Michael Stephen Vitton tem 20% dos papéis votantes cada. Vitton é chefe de renda variável do banco BMO, que é um dos coordenadores da oferta no Canadá.
 
A Fabrica Holdings é administrada por Ricardo Antunes Carneiro Neto, que foi diretor de relações com investidores da LLX até 2009. O diretor financeiro da Manabi, Antônio Castelo Branco, também passou pela empresa de logística de Eike Batista, após longa carreira na Vale.
 
Entre os papéis preferenciais, 18% estão nas mãos do Korean Investment Corp, fundo soberano da Coreia do Sul. Outros 30% são detidos o fundo de pensão dos professores de Ontário e 18%, pelo fundo internacional Longleaf Partners.

(Natalia Viri | Valor)

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