MMX fará investimento adicional de R$ 600 milhões no porto Sudeste

A MMX, mineradora do conglomerado de Eike Batista, elevou de R$ 1,8 bilhão para R$ 2,4 bilhões o investimento total previsto no porto Sudeste, instalação que permitirá que a empresa conquiste grandes volumes no mercado de exportação de minério de ferro.

O aumento de mais de 30% no volume de gastos previstos no porto é resultado de mudanças no projeto após a aprovação pelo conselho da empresa da ampliação da capacidade de movimentação de minério de ferro para 100 milhões de toneladas, ante as 50 milhões de toneladas do projeto original.

A maior parte do aumento de gastos, em R$ 400 milhões, ainda ocorrerá no caminho para a obtenção da capacidade de 50 milhões de toneladas. Outros R$ 200 milhões adicionais serão alocados para a preparação para o pulo aos 100 milhões de toneladas.

Os investimentos extras vão ser direcionados para compra de terras, reforço em túnel, ampliação de linha de ferro e necessidades adicionais de equipamentos e de serviços.

"Acreditamos que assegurar essa opção de ir a 100 milhões de toneladas poderá criar valor para a companhia", afirmou o presidente-executivo da MMX, Guilherme Escalhão, em teleconferência com analistas para comentar o resultado do terceiro trimestre.

Com o aumento do volume de investimentos previsto, a MMX solicitou suplementação de R$ 550 milhões no financiamento do projeto junto ao BNDES, que já liberou duas linhas com recursos totais de R$ 1,2 bilhão.

Com os novos trabalhos no porto Sudeste, a data do início da operação foi adiada em 6 meses, para o primeiro trimestre de 2013.

Prejuízo no 3º trimestre

A MMX registrou um prejuízo de R$ 242,3 milhões no terceiro trimestre, ante lucro de 88,5 milhões um ano antes, sob o impacto da variação cambial na dívida em moeda estrangeira.

A receita bruta foi de R$ 287,9 milhões, 14% maior que a alcançada no mesmo período do ano passado, enquanto o volume de vendas de minério de ferro atingiu 2,11 milhões de toneladas de julho a setembro, contra 1,76 milhão um ano antes.

A MMX informou não estar vendo mudanças na demanda no Brasil para o minério de ferro, tanto em termos de volumes como de preços, que têm se mantido estáveis. O mercado interno é o principal comprador do produto da empresa.

A mineradora ainda está distante das grandes companhias no setor de minério de ferro em termos de volumes, com capacidade instalada atual de 10,8 milhões de toneladas, mas prevê elevar esse volume para 46 milhões de toneladas até 2016.

Com o porto Sudeste, ela terá um sistema para exportar grandes volumes de minério para os principais mercados mundiais, como o chinês.

(Reuters)

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