Modal tem novo sócio e altera modelo de negócio

Quase seis meses após o fracasso da sua venda para a Plural Capital, o Banco Modal começa a colocar em prática seu plano para reforçar áreas estratégicas e redefinir seu lugar no mercado.
 
Os controladores se afastaram do dia a dia, finalizando um processo de sucessão iniciado em 2010, e agora atuam só no conselho de administração. Um grupo de cinco sócios-gestores passou a tocar os negócios e é responsável por implantar projetos que vão da expansão da presença do banco no mercado de fusões e aquisições à abertura de uma corretora.
 
Um passo simbólico das mudanças foi dado nesta semana. Eduardo Centola – com passagens por Goldman Sachs, Standard Bank e UBS – se juntou ao time de sócios e assumiu o comando da área de banco de investimentos, em que o Modal nunca foi uma grande referência.
 
"Com os bancos internacionais passando por dificuldades, há espaço para instituições locais e o Modal reúne características interessantes", afirma Centola. Além dele, são sócios-gestores Cristiano Ayres, Roberto Azevedo, Flávio Stanger e Pedro Luzardo. O plano que desenvolveram é para tentar fazer do Modal um banco de investimento clássico, com todas as áreas relevantes.
 
Uma das primeiras medidas no radar de Centola é costurar parcerias com bancos estrangeiros para abrir um canal de distribuição de ações e outros produtos de clientes do Modal no exterior. "No mercado local, já temos uma distribuição de fundos com grande capacidade. Queremos reforçar a estrutura para distribuir ações", diz.
 
Outro movimento inclui a abertura de uma corretora. O Modal já tem autorização do Banco Central, mas o processo foi congelado em meio às negociações com a Plural.
 
O executivo planeja fazer contratações para fortalecer a área de fusões e aquisições. "É a área mais rápida de alavancar", afirmou. Atualmente, o Modal tem mandatos para 15 operações do gênero envolvendo, principalmente, empresas de médio porte.
 
O Modal tem hoje cerca de 200 funcionários divididos entre o Rio, onde fica sua sede, e o escritório de São Paulo, que está sendo particularmente reforçado agora. A equipe total aumentou 15% neste ano e deve crescer pelo menos mais 10%, sem contar a corretora, afirma o sócio e diretor financeiro, Cristiano Ayres.
 
A intenção é que o reposicionamento já comece a aparecer nos números do banco em 2012. A previsão é de que a área de banco de investimentos – até agora responsável por cerca de 5% dos negócios – movimente R$ 20 milhões e represente 15% das operações. A ideia é que esse percentual continue crescendo nos próximos anos.
 
"Queremos ser uma ”one-stop-shop”, em que o cliente vem e faz todas as suas operações", destaca Roberto Azevedo. Para isso, o banco estuda fazer aquisições – embora os sócios não revelem o perfil das instituições em que podem ter interesse.
 
No ano passado, o próprio Modal foi alvo de aquisição. Em agosto, os controladores do banco concordaram em vendê-lo para a Plural – criada por ex-sócios do Pactual – por R$ 300 milhões. A gestora, no entanto, desistiu do negócio cerca de dois meses mais tarde. "Aquilo foi uma fusão que evoluiu para uma venda. O banco não está à venda [mais]", diz Azevedo.

(Valor)
 

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