MPX paga prêmio a debenturistas e eleva chance de aval a acordo com E.ON

A proposta feita pela MPX, braço de energia do grupo EBX, de pagar um prêmio para seus debenturistas aumentou consideravelmente as chances de aprovação da parceria anunciada pela empresa brasileira com a alemã E.ON.

A conversão de R$ 1,37 bilhão de debêntures em ações é uma premissa do recém-anunciado acordo entre as companhias, que resultará na criação de uma joint venture do setor no Brasil.

Logo após o anúncio da transação, os debenturistas abriram negociação com a administração da MPX. Eles se mostraram incomodados por, em sua avaliação, estarem perdendo o direito de optar pela conversão dos papéis apenas em 2014.

A MPX anunciou na noite de terça-feira um pagamento extraordinário aos debenturistas de R$ 75 milhões, equivalente a R$ 3,4505 por papel, para compensar "eventuais perdas desses investidores por conta de sua associação com a alemã E.ON".

A parceria prevê que a MPX passará por uma cisão. A empresa que manterá essa sigla concentrará usinas termelétricas; e os ativos de carvão na Colômbia serão transferidos para uma outra companhia, a CCX, que será listada no Novo Mercado da BM&FBovespa. A MPX irá, ainda, transferir até R$ 814 milhões em caixa para a CCX.

Só receberá ações da MPX e da CCX o debenturista que fizer a conversão imediata. Quem preferir manter o papel para poder optar ou não pela troca apenas em 2014 receberá somente as ações da MPX. O ponto é que, na avaliação do mercado, as melhores oportunidades da empresa podem estar concentradas na mina de carvão que será propriedade da CCX.
 
Por terem ficado sem a opção prevista no contrato das debêntures, os investidores pediram alguma compensação à empresa, que poderia ser um desconto maior na conversão das ações ou ainda uma garantia de receber papéis da CCX se optassem pela troca mais à frente.

A MPX, então, apresentou a contraproposta.

A emissão de debêntures é de junho do ano passado. A BNDESPar ficou com R$ 600 milhões, o controlador Eike Batista, com R$ 200 milhões; a gestora de recursos Gávea Investimentos, com R$ 200 milhões e os R$ 370 milhões restantes ficaram pulverizados entre diversos investidores. A base da argumentação é que, naquele momento, os aplicadores compraram papéis de uma empresa que reunia tanto as termelétricas quanto os ativos de carvão.
 
No contrato das debêntures, está previsto que os detentores têm o direito de conversão a R$ 43 por ação – à época do fechamento da emissão, a cotação em bolsa era de R$ 41,75. Ontem, as ações fecharam a R$ 48,70.
 
Para que a conversão seja realizada, dois terços dos debenturistas precisam aprovar a operação em assembleia geral, ainda sem data marcada pela MPX.

(Ana Paula Ragazzi | Valor)

 

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