Na onda do pré-sal, Macaé terá primeiro edifício corporativo

Depois de Santos, agora é a cidade de Macaé, no norte fluminense, que se beneficia da descoberta do pré-sal. A oferta de empregos na cadeia do petróleo e o desembarque de diversas multinacionais gera, naturalmente, uma nova fase de desenvolvimento do mercado imobiliário. Grandes investidores voltam sua atenção para as novas polos off-shore e a cidade de Macaé receberá o seu primeiro prédio corporativo de altíssimo padrão – comparável aos espigões metálicos que se enfileiram em São Paulo e no Rio.

A Global Equity, private equity que administra R$ 500 milhões na área imobiliária, já começou a construir um edifício com 39 mil m2 de área construída em Macaé, próximo à região industrial. Com entrega está prevista para fevereiro de 2013, o prédio terá valor geral de vendas (VGV) de R$ 150 milhões. "O projeto preenche uma lacuna importante na cidade", afirma Onito Barbosa, um dos sócios da Global Equity. "O foco do fundo é justamente descobrir novos mercados e fugir de regiões superofertadas", acrescenta. O fundo tem 80% do negócio e a Prêmio Construtora, responsável pelas obras, 20%.

Sem um edifício de padrão internacional, hoje as multinacionais e fornecedoras da Petrobras se espremem em espaços adaptados de pequenas salas comerciais. "Há uma demanda por espaços com nível de especificação alto, essas adaptações não atendem as empresas", afirma Alberto Robalinho, diretor da CB Richard Ellis, consultoria imobiliária. De acordo com o executivo, muitas companhias que atuam na região têm sua base operacional em áreas mistas de galpão e escritório, divididos no mesmo espaço. "A partir de agora, porém, as companhias precisam de um espaço para abrigar a área administrativa", afirma.

Muito menor do que Santos, Macaé, com 206 mil habitantes, vive do petróleo. Há quase 40 anos, mais especificamente em 1974, quando foi descoberta a Bacia de Campos, o município começou a viver transformações na economia. A Petrobras i naugurou escritório na cidade em 1979. "Agora, com o pré-sal a cidade vai viver um segundo boom", afirma Robalinho. "Há uma nova leva de executivos de nível internacional que está indo trabalhar na cidade", completa Barbosa.

Dos 107,8 mil metros quadrados de escritórios disponíveis na região, somente a Petrobras ocupa 55, 5 mil m2., segundo dados da CB Richard Ellis. Além da Petrobras, entre as empresas que estão na região – a maioria com polos industriais – são National Oilwell, Halliburton e Baker Hughes. O preço médio do aluguel de escritório oscila entre R$ 20 e R$ 45 o metro quadrado.

Na região norte-fluminense, o mercado industrial concentra-se nas cidades de Macaé e Rio das Ostras. Juntos, os dois municípios possuem um estoque total de 1 bilhão de metros quadrados e 97% desse estoque (985 mil m²) é composto por galpões industriais de empresas prestadoras de serviço e exploradoras de petróleo. A maioria (78%) das empresas tem sede própria.

(Daniela D”Ambrosio | Valor)
 

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