Negociação de renda fixa na Cetip bate recorde em maio

São Paulo – O fraco desempenho da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&F Bovespa) em 2011 tem feito com que os investidores migrem para o mercado de renda fixa. Com isso, o CetipNET, sistema de negociações eletrônicas da Cetip, registrou no mês de maio um recorde histórico de negociação, movimentando R$ 10 bilhões em operações, e mais de 1.500 negócios realizados.

O mercado de renda fixa tem apresentado constante evolução do volume de negócios nos últimos anos. Em 2010, o total atingiu R$ 98 bilhões, um incremento de 22% em relação ao ano anterior, que foi de R$ 80 bilhões.

"O segmento de renda fixa apresenta várias oportunidades. A Letra Financeira é um ativo com boas perspectivas tanto no mercado primário como no mercado secundário. Também pretendemos registrar o Certificado de Operações Estruturadas (COE), um produto que vai mudar um pouco a cara de derivativos. Há ainda o Collateral Management, que é um projeto com a Clearstream. E temos boas perspectivas para ativos imobiliários como CRI, LCI, para atender às necessidades de financiamento do mercado imobiliário", diz Carlos Ratto, diretor executivo Comercial, de Produtos e Marketing da Cetip.

Para um operador de mesa de uma grande corretora, o segmento de ações está muito fraco, abrindo certas possibilidades para os investidores de renda fixa. "A renda fixa está bem atrativa. Podemos encontrar títulos públicos pagando uma rentabilidade de quase 12% ao ano. O Ibovespa está caindo quase isso em 2011", explica o especialista.

A Plataforma Eletrônica da Cetip permite que sejam realizados diversos tipos de operações on-line com títulos públicos e privados e valores mobiliários de renda fixa, como negociação por oferta, cotação e leilões. Em média, por dia, é negociado um montante financeiro de R$ 400 milhões, de forma pulverizada.

A ferramenta facilita a negociação e a integração das mesas de operação com o back-office. Por meio dela, é possível operar com grande número de participantes; lançar ofertas; efetuar cotações; fechar operações; e difundir informações em tempo real. O sistema também conta com dois grandes módulos para operações especiais: os módulos de leilão genérico e o de leilão de troca de NTN-B do Tesouro Nacional.

O sistema concentra a maior parte das negociações eletrônicas com debêntures do mercado secundário brasileiro. As ofertas de compra e de venda e os negócios realizados são divulgados diariamente pela Cetip. Mais de 2.600 participantes, entre instituições financeiras, fundações, seguradoras e fundos de investimento operam e têm direito de acesso à ferramenta. Esse número também vem sendo ampliado gradativamente. De 2007 para 2011, houve uma evolução de mais de 30% dessa quantidade.

Nova plataforma

Para atender esta forte demanda dos investidores, a Cetip anunciou recentemente, por meio de seu presidente, Luiz Fernando Fleury, que vai desenvolver uma plataforma para a negociação de ativos de renda fixa que levará o nome de Cetip Fix. "Devemos anunciar um parceiro para desenvolver esta ferramenta em no máximo dois meses", disse o principal executivo da Cetip.

Segundo Fleury, o mercado de debêntures e letras financeiras tem crescido muito e a companhia pretende aproveitar este crescimento do mercado para lançar a plataforma, que será similar ao Bovespa Fix, da BM&F Bovespa. "Para o mercado é sempre bom que exista concorrência", destacou Fleury.

O anúncio foi feito no mesmo dia em que a Cetip, em parceria com a Clearstream, empresa do Deutsche Börse Group, firmaram acordo para o lançamento do novo serviço de gestão de garantias, também chamado de gestão de colateral. A novidade, que deverá estar disponível em julho deste ano, foi desenhada para o mercado brasileiro e permitirá que os clientes da Cetip utilizem garantias para mitigar riscos nas operações de derivativos de balcão.

O serviço se baseará na estrutura de gestão de colateral da Clearstream e será automatizado, incorporando a autoalocação, autossubstituição e otimização de ativos de renda fixa a serem utilizados como garantia nas operações firmadas, associados a todas as relações bilaterais.

(Eduardo Puccioni l DCI)

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