“Ninguém quer comprar apenas 20% de uma empresa aérea”

Em entrevista ao iG, o empresário Guilherme Paulus, dono da Webjet, diz que pode vender a companhia se receber boas propostas.

O empresário Guilherme Paulus, dono da Webjet, diz que os rumores de que a negocia a venda da empresa para a companhia irlandesa de baixo custo RyanAir não passam de boatos. Em entrevista exclusiva ao iG, o empresário afirmou que a companhia não está à venda, mas, se receber uma boa proposta, pode fechar negócio.

“Não precisamos de sócios, porque a empresa está capitalizada”, disse o empresário. “Mas se aparecerem propostas interessantes, a gente topa sim”, completa

A elevação do limite de capital estrangeiro para as companhias brasileiras, de 20% para 49%, é que viabilizará os negócios no setor. “Ninguém quer comprar 20% de uma empresa aérea”, diz Paulus.

O empresário, que também é dono da agência de viagens CVC, lembra que a restrição legal a estrangeiros já o impediu de fazer negócios com a Webjet. Esse foi o motivo que a companhia aérea não foi incluída na negociação com o fundo americano Carlyle, que comprou 60% da CVC em dezembro de 2009. “Eles não se interessaram pela Webjet por causa disso“, diz Paulus.

Os rumores de negociações com a RyanAir se fortaleceram depois que a Webjet passou a reestruturar sua operação para o modelo de “baixo custo e baixa tarifa”.

Ações de redução de despesas, como a cobrança de lanches a bordo, começaram a ser implementadas a partir de 2009. O modelo da Webjet foi inspirado na operação de três companhias estrangeiras, uma delas, a RyanAir.

Foco na Bolsa

Apesar de não descartar boas propostas para associações, a Webjet vai priorizar a busca por sócios para companhia no mercado de capitais. A empresa fez um pedido para lançar ações na bolsa de valores em fevereiro desde ano, mas suspendeu a emissão por conta de incertezas no mercado financeiro.

A companhia ainda não definiu um prazo para retomar o IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês). “A operação está suspensa até que o mercado se acalme”, diz Paulus.

A Webjet ocupa a quarta companhia posição no mercado brasileiro, com 5,19% do tráfego doméstico, segundo dados de abril da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A companhia possui hoje uma frota com 24 aeronaves Boeing e sua meta é alcançar 30 aeronaves até o fim do ano e 60 em 2014.

(Marina Gazzoni l iG)

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