O papel fundamental da assessoria na venda de uma empresa

Diagnóstico completo das situações fiscal, trabalhista, contábil, contratual, entre outras, de todas as partes envolvidas na operação é imprescindível para o sucesso do negócio

A economia brasileira passou nos últimos anos por fortes ciclos de fusões e aquisições. Agora mesmo uma combinação entre abundância de capital que chega do exterior, forte crise internacional e posição cada vez mais relevante do Brasil na economia global estimula mais uma dessas ondas, que ninguém arrisca prever quando terminará.

Números da consultoria Price WaterhouseCoopers (PwC) mostram que nos cinco primeiros meses do ano o número de negócios envolvendo fusões e aquisições no País foi recorde, chegando a 327 operações, resultado 3% acima do registrado no mesmo período do ano passado.

Aos motivos tradicionais para os processos de venda de uma empresa, como dificuldades para um crescimento estável ou falta de sucessão, se juntam termos como economia de escala, ganho de market share e competitividade tecnológica.

Se as grandes empresas já têm hoje seus próprios times de especialistas para os assuntos de fusões e aquisições, as pequenas e médias empresas ainda têm dificuldades básicas, como calcular o valor técnico da operação e avaliar o impacto de suas práticas operacionais, trabalhistas, financeiras, fiscais no próprio valor de venda.

“Grandes negócios têm sido perdidos após meses e meses de negociação intensa por conta de informações que só aparecem no momento de uma Due Diligence (um tipo de auditoria realizado na compra de empresas)” diz Fernando Reis, sócio da BMD Fusões Aquisições e Avaliações Ltda.

“Um diagnóstico preventivo dos aspectos que mais comumente interferem no valor de venda, como os fiscais e os trabalhistas, é imprescindível a fim de se evitar qualquer tipo de sobressalto após a conclusão da negociação”, diz Andreia Alves, sócia da Diretriz Assessoria, que recentemente passou a oferecer a seus clientes esse tipo de diagnóstico.

“Todo acionista devia conhecer o valor técnico de sua empresa e as contingências a que estão sujeitos, independente da intenção de vender e simplesmente como prática administrativa de apoio à gestão” diz Andreia Alves, que acredita que o número crescente de operações de fusões e aquisições tem ajudado a tornar o empresário mais atento a procedimentos que não parecem tão relevantes no dia a dia, mas impactam fortemente no fechamento da negociação da empresa.

“Demoramos quase dois anos para concluir a negociação de venda de uma grande empresa brasileira para um grupo mexicano e o negócio não se realizou porque uma auditoria revelou contingências fiscais de quase R$ 40 milhões, e pasmem, nem os sócios da empresa tinham consciência desse potencial passivo” completa Fernando Reis.

( Revista Incorporativa )

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