OHL espera concluir negócio com a Abertis até outubro

A operação fechada entre a OHL e a Abertis Infraestructuras deve ser finalizada entre setembro e outubro, segundo projeções da própria OHL. Em teleconferência para comentar seus resultados do primeiro trimestre, a empresa afirmou ainda que a transação vai servir para reduzir sua alavancagem financeira.
 
O acordo inclui o repasse das concessões rodoviárias da OHL no Brasil — cerca de 60% da subsidiária — e o total da operação chilena para a Abertis, desde que a compradora assuma passivos de 530 milhões de euros e pague um prêmio de 200 milhões de euros à OHL.
 
Segundo Juan-Miguel Villar Mir, presidente-executivo da OHL, a expectativa é que os conselhos de administração de ambas companhias aprovem a troca até 29 de maio, e os acionistas, até 24 de julho.
 
Além disso, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tem que decidir, no Brasil, se uma oferta pública de aquisição (OPA) deveria ou não ser estendida para todos os detentores de papéis da OHL Brasil, algo que a empresa não quer.
 
Se finalizada, a operação dará 10% de participação na Abertis à holding espanhola — a fatia é avaliada em cerca de 1 bilhão de euros. A participação será somada aos 4,94% comprados recentemente, transformando a OHL na principal acionista industrial da concorrente Abertis. Não há planos de comprar mais papéis.
 
Os dividendos e o fluxo de caixa gerados passarão para a redução do endividamento e da alavancagem. Ao fim de 2011, a relação entre dívida líquida e Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da OHL se encontrava em 3 vezes, perto de níveis considerados indesejáveis para sua avaliação de crédito.
 
Após a troca de ativos, a expectativa é que a alavancagem caia para um nível próximo a 2 vezes. Os dividendos teriam impacto no Ebitda recorrente da empresa, algo já considerado pelas agências de classificação de risco.
 
No entanto, é importante ressaltar que, apesar de a fatia do segmento de construção nas receitas da OHL ser superior a 50%, o repasse de ativos ocorre quando as operações no Brasil têm a melhor perspectiva de crescimento, entre 3% e 3,5%. A espanhola aguarda retração da atividade na Zona do Euro e alta de 2% nos Estados Unidos.
 
(Renato Rostás | Valor)

Website | + posts

Share this post