Oi continua interessada em aquisições, inclusive fora do país

RIO – O processo de redução da dívida da Oi ao longo deste ano teve como pano de fundo a preparação da empresa para possíveis aquisições. Nos últimos dois anos, a empresa passou por fusões e aquisições que mudaram o perfil de atuação. Agora, quer estar preparada para eventuais oportunidades que possam surgir.

De acordo com o diretor de Relações com Investidor da Oi, Roberto Terziani, a “empresa tem que estar preparada financeiramente para qualquer coisa e, eventualmente, realizar aquisições”. Inclusive fora do país.

Em janeiro do ano passado, a companhia concluiu a compra da Brasil Telecom. A integração operacional já foi totalmente terminada, mas a descoberta, em meados do ano passado, de um passivo de R$ 2,5 bilhões na nova controlada, e a discordância de acionistas minoritários sobre a relação de troca de ações das duas empresas não permitiu que fosse concluída a integração societária das companhias.

Este ano, a Oi anunciou a venda de parte da empresa para a Portugal Telecom. O processo ainda não foi finalizado, mas a expectativa é que a injeção de recursos ajude a reduzir o passivo decorrente da aquisição da Brasil Telecom.

“A redução da dívida da empresa a níveis menores do que atualmente é extremamente interessante e importante, porque vai permitir que a empresa se fortaleça financeiramente e possa estar preparada para qualquer outro movimento de consolidação que eventualmente vá ocorrer no Brasil no mercado de telecomunicações e também permitir eventualmente à empresa fazer novas expansões em outros mercados que não apenas no Brasil”, disse Terziani.

Ele afirmou que, por enquanto, a empresa não tem nenhum negócio específico em vista. Algumas possibilidades levantadas são aquisições na América Latina ou na África, em países de língua portuguesa.

Este ano, o foco da Oi foi a redução de investimentos para ampliar a geração de caixa, tendo como meta a redução da dívida. Em setembro de 2009, a dívida líquida consolidada era de R$ 21,1 bilhões. Um ano depois, o montante foi reduzido para R$ 19,3 bilhões, após queda de 8,5%.

De acordo com o diretor de RI, que participou de reunião com investidores promovida pela Apimec-Rio, boa parte da dívida foi tomada no mercado externo por ser mais barata. Mas apenas 3% do total ainda correm algum risco cambial, já que o restante tem hedge para garantir que eventual valorização do dólar não vá aumentar ainda mais o passivo. O custo atual da dívida da Oi é de 102% do CDI.

(Juliana Ennes | Valor)

 

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