Olimpíada e pré-sal fazem 15 mil quartos de hotéis saírem do papel no Rio

De arranha-céus espelhados à beira-mar a pequenos hotéis de luxo incrustados no centro da cidade, o Rio de Janeiro caminha em direção à meta de 15 mil novos quartos exigidos pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) para a Olimpíada de 2016.

Grandes redes como as americanas Hilton e Hyatt, ainda sem hotéis na cidade, estão chegando e ficarão de frente para o mar da Barra da Tijuca (zona oeste).
 
“Há anos que olhamos para o Rio com a expectativa de fazer um investimento de grande porte, pois aumentar a presença no Brasil é essencial dentro da nossa estratégia de expansão”, afirmou Myles McGourty, vice-presidente da rede Hyatt. O hotel iniciará suas obras neste mês e a conclusão é para 2015.
 
Levantamento da Secretaria Municipal de Urbanismo mostra que há 18.126 quartos em construção, com licenciamento aprovado ou com pedido de análise na pasta.
 
Neste momento, há 4.606 quartos em construção em pelo menos 28 empreendimentos diferentes.
 
Não há estimativa oficial de quantos dos cerca de 18 mil quartos estarão prontos para a Copa, em 2014.
 
A expansão não está concentrada nas novas bandeiras. Outras redes, já conhecidas localmente, investem na expansão de seus negócios.
 
São os casos da brasileira Windsor, que está erguendo duas torres com quase mil quartos, e da francesa Accor, que opera a rede Ibis, que investe R$ 420 milhões para saltar dos atuais 12 hotéis para 18 daqui a quatro anos.
 
Novos investidores brasileiros também estão chegando. A REX, empresa do setor imobiliário da EBX, de Eike Batista, está reformando o Hotel Glória, adquirido em 2008 e que voltará a operar em 2014, com 352 quartos.
 
NEGÓCIOS

Analistas do setor e redes hoteleiras dizem que não só dos eventos esportivos viverão os novos hotéis.
 
O resgate da economia local, impulsionado pelo pré-sal, é visto como o grande fator para a “euforia hoteleira”. “Tomamos a decisão de investir na rede antes mesmo de o Rio ser escolhido como sede da Olimpíada”, afirmou Paulo Marcos Ribeiro, diretor de marketing da Windsor.
 
É fato, contudo, que os Jogos mexeram com o setor. Temendo não atingir o número de quartos suficiente para a Olimpíada, a Prefeitura do Rio criou em 2010 uma lei que dá benefícios fiscais para empreendimentos hoteleiros.
 
“A lei deu um impulso, mas ninguém pensa em construir hotel para lotar por um mês apenas”, disse o presidente da consultoria Jones Lang LaSalle, Ricardo Mader.
 
Nos últimos dois anos, o Riocentro, principal centro de convenções da cidade, recebeu ao menos oito conferências internacionais de grande porte, como a Rio+20, na metade deste ano.

(Folha de São Paulo)

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