Opção para investir no médio e longo prazo

“Small caps” precisam ser melhor conhecidas.

Segundo executiva da Ideiasnet esse segmento de ações sofre com a falta de liquidez.
 
As empresas cujas ações são definidas como small caps – em geral de companhias de médio e pequeno com um menor volume de negociação na bolsa de valores – têm sido muitas vezes ignoradas pelo público, que buscam outras mais conhecidas e, consequentemente, com maior liquidez.
 
O que o grande publico ainda não prestou atenção é que esse tipo de ação pode ser uma ótima opção. No primeiro trimestre, os fundos de ações small caps tiveram rentabilidade de 14,55%, enquanto o Ibovespa fechou acumulando ganhos de 13,67%.
 
Na curta experiência de Alexandra de Hann, diretora financeira da Ideiasnet, um dos problemas das small caps é conseguir conciliar o desejo do investidor de curto prazo com uma ação que tem um resultado de médio e longo prazo. Para ela, as small caps ainda tem muito valor a agregar e o que falta mesmo é um estímulo para deslanchar.
 
Desconhecimento

Mas, o principal problema neste setor é com o desconhecimento do público em geral desse segmento de ações. A diretora afirmou que é preciso ter mais exposição e ter contatos com diferentes investidores, tanto nacional como internacional. Normalmente, nas grandes empresas, existe o departamento de relações com investidores (RI) que cuidam desse contato e conseguem falar com mais sem 100 fundos, realidade muito diferente nas empresas menores.

E, segundo Alexandra, como as small caps já têm um orçamento, fica muito dispendioso bancar um departamento de RI para que os investidores conheçam a empresa. “O meu desejo é falar com 100 fundos e com muitos investidores por dia, mas os custos disto é muito alto para uma small cap. Temos um quadro de pessoal menor e também nos falta tempo”, disse, salientando que a sua equipe é extremamente pequena, limitando sua atuação.
 
Relatórios
 
A diretora da Ideiasnet afirmou que a falta de cobertura pelas corretoras é mais um dos problemas para as empresas de pequeno porte. “Como as grandes empresas tem mais liquidez e portanto resultados maiores, as corretoras focam na cobertura destes papeis, deixando as small caps de lado, pelo seu menor volume financeiro”, disse.
 

A Bovespa já tinha identificado essa falta de cobertura e teve a idéia de financiar a produção de relatórios de analise durante dois anos para as companhias listadas no Bovespa Mais. No entanto, as que não estão neste segmento da bolsa precisam financiar os seus próprios relatórios.
 
Como essa cobertura precisa ser independente, o relatório pode ser negativo para a empresa que comprou a análise. ” Como dizer para os seus investidores que um relatório com um parecer desfavorável foi pago por nós mesmos. O risco dessa fórmula é muito grande”, disse Alexandra.

Bovespa Mais
 
Diante disto por que não entrar na Bovespa Mais? Segundo Alexandra, para o Bovespa Mais funcionar de fato é preciso atacar problemas aparentes no mercado. “Apesar de já estarmos no Novo Mercado, estamos interessados no Bovespa Mais”, ressaltou a diretora da Ideiasnet. “Como somos uma empresa de menor porte a bolsa é uma opção para os nossos investimentos, além de ajudar no valor do nosso papel”, completou.
 
Liquidez
 
No entanto, este segmento da bolsa é ainda muito pouco atrativo para uma small cap, principalmente pela falta de liquidez. De acordo com Alexandra, a liquidez é algo muito importante, porque quando se compra uma ação é preciso saber se vai conseguir vender em outro momento. Na falta de liquidez, como acontece com as small caps, há falta de comprador para o seu papel.
 
“Além disso, para uma pequena empresa abrir seu capital ainda é muito caro e a Bovespa Mais tem muitos custos fixos. Atualmente existem apenas três empresas na bolsa”, acrescentou..
 
Na opinião da diretora da Ideiasnet, a Bovespa tem que incentivar, de alguma maneira, as corretoras a realizarem esses relatórios, no lugar de incentivar as empresas. Aponta como uma das saídas a matéria da revista Mercados de Capitais, da Apimec, publicada em maio último: pagar uma mensalidade à Apimec para gerenciar a cobertura, medida que aliviaria os custos das small caps.
 
A diretora também explicou que a intenção da Bovespa é muito boa, mas ainda é preciso trabalhar mais para chegar numa melhor solução, que melhor atenda os interesses de quem procura o mercado.
 
Hora de investir
 
Para Alexandra de Hann, não se pode negar que a crise internacional está tirando liquidez do mercado, mas isso não tem nada a ver com o desempenho das ações da Ideiasnet, “porque os nossos números estão cada vez melhores”. E esclareceu: “mas esse é o risco de ser uma empresa de capital aberto, o seu desempenho no mercado não depende só do que você faz em casa, mas se o que você faz em casa faz você crescer”, disse.
 
O investidor de curto prazo, neste momento, pode se decepcionar com a small cap, na opinião da diretora. “Mas se você é investidor de longo prazo, agora é o momento para dobrar a sua aposta, porque está muito barato. Agora é uma oportunidade, mas você tem que entrar com visão mais a longo prazo, porque é preciso esperar a crise acalmar para que os investidores voltem para a Bovespa”, explicou a executiva.

(Monitor Mercantil)

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