Pactual vai às compras de ativos em dificuldades

O Banco Pactual, do empresário André Esteves, está indo às compras de ativos em dificuldades como se não houvesse amanhã. A instituição está no momento esquadrinhando diversas empresas do alquebrado Eike Batista, o Grupo EBX, que enfrenta as mais variadas dificuldades. Além disso, mira também instituições financeiras, como os bancos Votorantim e Cruzeiro do Sul. Apesar das dificuldades dessas empresas, o Banco está longe de fazer maus negócios.

O Pactual vem atuando para intermediar a venda do Porto do Açú, cujo valor atual é estimado em cerca de R$ 5 bilhões, para investidores dispostos a entrar no negócio com a garantia de bom retorno. Vem tentando levar o estaleiro Fels, de Cingapura, para o complexo portuário com a possibilidade de construção de plataformas para a Petrobras. Negocia também a venda do campo de Tubarão, que pertence à OGX, com investidores externos e em março o banco conseguiu vender parte da MPX para uma empresa europeia por cerca de R$ 1,5 bilhão.

No início do ano, numa transação ousada, o Pactual comprou o espólio do Barmerindus por cerca de R$ 400 milhões, operação que foi vista pelo mercado com perplexidade. Em seguida, mais precisamente um mês depois, o Banco foi beneficiado pela Medida Provisória enviada pelo Governo ao Congresso, dando aos bancos liquidados permissão para receber o crédito presumido das provisões para créditos em liquidação,. Com isso, o Pactual deverá recuperar o investimento e ainda levar um bom troco.

Em 2011, o Pactual já havia comprado o Banco Panamericano, do empresário Silvio Santos, contando com uma ajuda de pai para filho. O Panamericano teve um aporte de capital de R$ 4 bilhões do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) que o Pactual terá 17 anos para pagar. Além disso, contou com a ajuda da Caixa Econômica Federal que também é sócia da empresa tem o compromisso, se for o caso, de adquirir as carteiras de crédito da instituição.

O Pactual está ajudando também, junto com o ex-ministro Antonio Palocci, o Grupo Caoa, do empresário Carlos Alberto de Oliveira, que tem, para seu desespero, cerca de R$ 500  milhões enterrados no Banco BVA, sob intervenção do Banco Central.

(Jornal do Brasil)

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