PanAmericano e BTG compram Brazilian Finance

O Banco Panamericano e o BTG Pactual , seu acionista controlador, acertaram a compra da Brazilian Finance & Real State, com atuação no mercado financeiro imobiliário, em uma transação estimada em 1,2 bilhão de reais.

O negócio representa mais uma aposta do BTG, do banqueiro André Esteves, no setor de imóveis no Brasil, que tem experimentado forte valorização de preços e que desperta temores de alguns especialistas de risco de formação de uma bolha.
 
Antes da operação anunciada nesta quarta-feira, o BTG costurou a união da BR Properties e da WTorre anunciada em setembro, criando um grupo com ativos imobiliários comerciais da ordem de 10 bilhões de reais e do qual será o maior sócio individual.
 
Com a Brazilian Finance, o BTG passa a ter presença também no segmento de imóveis residenciais.
 
Segundo fato relevante, as sócias da Brazilian Finance (TPG-Axon, Ourinvest Real Estate e Coyote Trail) firmaram memorando de entendimentos para vender 100 por cento da empresa ao Panamericano e BTG.
 
O Panamericano ficará com os ativos de originação, financiamento e securitização de imóveis, com preço de aquisição de 940,36 milhões de reais.
 
"A aquisição adicionará (ao Panamericano) uma plataforma consolidada de originação de crédito com margens atraentes e representa a expansão de seu portfólio de produtos de crédito em um mercado com grande potencial de crescimento", informou o Panamericano.
 
O banco de varejo do BTG citou, ainda, a ampliação de sua rede de distribuição, com a incorporação dos 88 pontos de venda da empresa de crédito BM Sua Casa, controlada pela Brazilian Finance.

Já o BTG assumirá os negócios de gestão e as atividades de administração da Brazilian Finance, com valor estimado de 275 milhões de reais.

Como parte do processo de compra da Brazilian Finance, o Panamericano promoverá um aumento de capital de 1,8 bilhão de reais, proposta que será levada aos acionistas do banco em assembleia marcada para 18 de janeiro.
 
O preço de emissão das novas ações será de 6,05 real por papel ordinário ou preferencial, com base na média das cotações dos últimos 180 pregões da Bovespa. Nesta quarta, a ação preferencial do Panamericano encerrou a sessão a 6,53 reais, em queda de 2,54 por cento.
 
De acordo com o Panamericano, o objetivo com o aporte de recursos é viabilizar o crescimento das atividades do banco, otimizar o aproveitamento do estoque de créditos fiscais e permitir a realização de novos investimentos e aquisições, inclusive a da Brazilian Finance.
 
No aumento de capital, a TPG-Axon poderá usar até 182,1 milhões de reais dos valores que receber pela venda da participação na Brazilian Finance para subscrever ações preferenciais do Panamericano. O BTG cederá à TPG-Axon seu direito à subscrição das ações necessárias.
 
O memorando de entendimentos firmado entre o Panamericano, o BTG e os sócios da Brazilian Finance é válido até 31 de janeiro de 2012. Até lá, Panamericano e BTG têm exclusividade para negociar a conclusão da compra da Brazilian Finance.

(Cesar Bianconi l Reuters)

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