Para atender demanda interna, Cinex revê plano de internacionalização

Depois de duas tentativas de internacionalizar a produção nos últimos dez anos, a Cinex, fabricante de divisórias e portas para móveis em vidro e alumínio, decidiu redefinir o foco em função do crescimento do mercado brasileiro. A empresa concentrou a operação industrial em Bento Gonçalves (RS) e passou a apostar no desenvolvimento de produtos de alto padrão para aproveitar a expansão da renda no país.

"O mercado foi nos empurrando para produtos mais sofisticados e agora estamos focados mais na rentabilidade do que nos volumes", disse o diretor-presidente, César Cini. Neste ano, a empresa, que emprega 195 pessoas, deve crescer 15% em receita bruta, para pouco mais de R$ 60 milhões, enquanto a produção deve permanecer estável em 180 mil unidades. Para 2015, a meta é chegar a R$ 150 milhões em faturamento com lançamentos de novas linhas para a construção civil.

A guinada estratégica da Cinex ganhou corpo há quatro anos, com o lançamento das primeiras portas de vidro nas quais eram embutidos aparelhos de televisão com 3,5 centímetros de espessura. A empresa, que vende para fabricantes de móveis e construtoras, colocou 300 peças no mercado até agora, mas Cini acredita que a demanda deve crescer com força nos próximos anos. "O produto está se transformando numa coqueluche entre os consumidores de alta renda", comentou.

Segundo ele, na primeira semana de agosto, na exposição de arquitetura e decoração Casa Brasil, em Bento Gonçalves, a empresa vai lançar uma nova versão do produto, com uma TV de dois centímetros de espessura embutida, além de portas com imagens tridimensionais internas "esculpidas" a laser. Conforme o empresário, a Cinex mantém um escritório de pesquisa em Treviso, na Itália, e neste ano deve investir US$ 1,2 milhão em desenvolvimento de produtos.

Antes de se voltar exclusivamente para o mercado doméstico, a fabricante chegou a manter uma unidade de produção nos Estados Unidos, de 2002 a 2004, em associação com o representante no país, mas ela foi desativada em função de divergências entre os sócios e dos elevados custos de produção locais. No fim de 2005 foi inaugurada uma unidade no México, mas ela operou menos de dois anos. "As ações internacionais dispersavam a equipe e não davam o resultado esperado", explicou Cini.

(Sérgio Ruck Bueno | Valor)

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