Participação da Lojas Americanas na B2W atinge 60,4%

A Lojas Americanas voltou a aumentar sua participação na controlada B2W, dedicada ao varejo eletrônico, no mês passado.  Depois de elevar a fatia de 58,87% para 59,79% em setembro, com compras nos três primeiros pregões de outubro, a Americanas possui agora 60,40% da B2W. As informações estão no formulário que aponta as movimentações com ações feitas por conselheiros, diretores e controladores, divulgado mensalmente pelas companhias abertas como pede a Instrução 358 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
 
Já há mais de um ano, diante da desvalorização das ações da B2W em bolsa, o mercado especula que a Americanas poderia optar por fechar o capital da B2W e incorporá-la a seu negócio. Outras varejistas têm demonstrado que a integração do varejo físico e virtual tem mostrado sucesso.
 
A compra de ações da empresa na bolsa pelo controlador também pode ser vista como um sinal de confiança no negócio.  Os números da B2W do terceiro trimestre, previstos para serem divulgados no dia 13,  devem marcar um ponto de virada da empresa. A expectativa do mercado é que, a partir do quarto trimestre, a companhia consiga melhorar vendas e margem, uma vez que está chegando ao fim uma forte reestruturação de seus negócios. Em especial por conta da inauguração de novos centros de distribuição, a expectativa é que a empresa consiga reduzir o prazo de entrega dos produtos comprados em seu site. Como oferecia prazos relativamente longos, acabava colocando produtos com desconto para atrair clientes, o que consumia margens. Esse cenário e os rumores no mercado de que a Amazon está investindo no Brasil e poderia ter como alvos tanto a B2W quanto a Saraiva, tornam mais instigantes as movimentações da Americanas na bolsa.
 
As compras do controlador em outubro deram continuidade às movimentações de setembro. A Americanas iniciou as compras em 13 de setembro, quando a ação da  B2W valia R$ 9,39 na bolsa. Manteve compras em mais 11 pregões até o término daquele mês, quando a B2W era negociada a R$ 10,68. Nos três pregões de outubro, manteve as aquisições e pagou mais caro pelos papéis – R$ 11,38 no dia 1º; R$ 11,90 no dia 2 e R$ 11,27 no dia 3.
 
No dia 1º, a ação da B2W registrou sua maior alta no mês, ao fechar aquele pregão com valorização de 10%. Como as compras não se repetiram nos outros dias de outubro, a ação fechou o mês cotada na bolsa a R$ 9,88, em baixa de 7,2%.
 
Agora, a Americanas possui 60,40% das ações da companhia. Conforme o último dado disponível, 7,30% estão com o fundo de investimento Oppenheimer. Restam para a livre circulação no mercado 32,30% dos papéis da empresa. Esse percentual equivale a 50,5 milhões de ações da companhia e parte desse total, quase 14% , está alugado – também por essa razão, as ações da B2W têm apresentado alta volatilidade na bolsa. Mas o volume alugado em B2W vem caindo desde que a Americanas iniciou as compras – setembro terminou com 8,7  milhões de ações alugadas e, ao fim de outubro, a posição estava em 7 milhões.

(Ana Paula Ragazzi | Valor)

+ posts

Share this post