Petróleo e mineração atraem Choice e Atlantica

A Choice Hotels Internacional – empresa americana que vende franquias de hotéis de 11 bandeiras diferentes – vê no Brasil uma das melhores oportunidades de crescimento entre os 30 países em que atua. Mas sua estratégia vai na contramão da inauguração de hotéis para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. A prioridade da empresa e sua parceira no Brasil, a Atlantica Hotels, é inaugurar hotéis nas cidades de médio porte onde o crescimento econômico é pujante, puxado principalmente pelas atividades de mineração e petróleo.

"Não temos interesse na cidade do Rio. Depois dos 30 dias de Olimpíadas, nós fechamos o hotel? Foi o que aconteceu na África do Sul depois da Copa e na China depois das Olimpíadas. Atlanta [sede das Olimpíadas de 1996] ficou com uma oferta tão grande de hotéis no centro que ainda está se recuperando [da redução dos preços]", disse Stephen Joyce, CEO da Choice.

O presidente da Atlantica, Paul Sistare, acrescentou que na cidade do Rio falta espaço para construção de novos hotéis no ponto mais atrativo, a orla. "Nós estamos olhando para o que acontece no dia a dia do Brasil e vamos nos estabelecer onde estão as empresas de petróleo, refinarias, petroquímica e mineração", afirmou Sistare.

O plano da Atlantica é inaugurar 38 hotéis no Brasil até 2015 – a maioria de bandeiras da Choice. Desse total, 18 já têm projetos fechados. Entre as cidades que receberão esses novos quartos estão Santos (SP), cidade portuária, Campo dos Goytacazes (RJ), polo de extração de petróleo, Duque de Caxias (RJ), onde está uma refinaria, Itaboraí (RJ), sede do complexo petroquímico do Estado do Rio, e Itaguaí (RJ), cidade portuária com terminais privados da Vale e da CSN.

A Atlantica Hotels é a única parceira da Choice no Brasil. Dos 79 hotéis que a Atlantica administra, 60 são bandeiras franqueadas pela Choice. A administradora tem ainda hotéis de marcas próprias e outras três bandeiras da Carlson. Já a Choice tem 6.100 hotéis franqueados no mundo.

Os resultados da Atlantica justificam a aposta da Choice no Brasil para promover o crescimento das suas operações internacionais. No ano passado, a receita bruta da Atlantica cresceu 27,6%, para R$ 658 milhões.

A receita por apartamento disponível (Revpar) da Atlantica, considerado o principal parâmetro de rentabilidade do setor hoteleiro, cresceu 17,94%. A projeção é de que, neste ano, o indicador apresente crescimento de 12%.

No mundo todo, a expectativa da Choice é de que a receita por apartamento disponível tenha crescido apenas 6% em 2011. Até o terceiro trimestre, último dado apresentado pela empresa de capital aberto nos Estados Unidos, esse indicador cresceu 5,7%.

Segundo Joyce, o Brasil é a segunda maior operação internacional da Choice, respondendo por cerca de 10% do portfólio. Nos nove meses encerrados em setembro, a Choice teve receita bruta de US$ 472,9 milhões, um crescimento de 7% em relação ao mesmo período de 2010.

"O Brasil está no topo das prioridades. Acreditamos que possa se tornar a nossa principal operação internacional", enfatizou o executivo.

(Juliana Rocha | Valor)

 

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