Pilkington vai investir R$ 140 mi no país

A Pilkington, uma das maiores fabricantes mundiais de vidros para veículos, vai retomar o projeto de expansão da fábrica de Caçapava (SP), suspenso no fim de 2008 em razão da crise econômica, com investimentos adicionais aos previstos originalmente. Agora, a companhia vai ampliar a capacidade de produção tanto de vidros laminados (para-brisas) quanto de temperados (laterais), diante do prognóstico positivo para a indústria automotiva brasileira. Os aportes, inicialmente estimados em R$ 105 milhões, subiram a R$ 140 milhões. "É uma grande demonstração da confiança de nossa central japonesa na operação local", afirma o diretor regional automotivo da Pilkington para a América do Sul, Aguinaldo Balata.

Na primeira fase do projeto, a capacidade de produção de para-brisas na fábrica paulista será elevada de 2,5 milhões de unidades por ano para 3,7 milhões de peças, a partir de fevereiro de 2011. Na segunda etapa, cujo início de operação está previsto para fevereiro ou março de 2012, serão adicionados 7,5 milhões de vidros laterais por ano à produção atual, de 19 milhões de unidades. A linha de produção de vidros traseiros, também do tipo temperado, não receberá aportes. "A capacidade atual, de quase 4,5 milhões de unidades, é suficiente para fazer frente à demanda", diz Balata. A Pilkington é dona de cerca de 50% do mercado nacional e tem como principal concorrente a Saint-Gobain Sekurit, de origem francesa.

Os planos de expansão da linha de para-brisas foram anunciados pela direção da companhia antes do agravamento da crise financeira, no segundo semestre de 2008. À época, a previsão era a de que a produção brasileira de veículos alcançasse a marca de 5,3 milhões de unidades em 2015. No mercado automobilístico, as projeções atuais indicam que o país poderá alcançar a marca de 5 milhões de veículos produzidos entre 2014 e o ano seguinte. A Pilkington estima que 5 milhões de carros sejam produzidos no Brasil já no ano que vem.

Além de entregar seus produtos diretamente às montadoras, a Pilkington está presente no mercado de reposição e exporta cerca de 5% do volume produzido para Europa e Estados Unidos. Após a ampliação, o volume exportado deverá corresponder a 10% das vendas. "Vemos potencial no mercado de peças originais (montadoras) e de reposição", afirma o executivo, acrescentando que a companhia é fornecedora de "praticamente todas" as montadoras instaladas no país, incluindo caminhões e ônibus.

O projeto revisado pela empresa, que foi fundada em 1826 no Reino Unido e comprada pelo grupo japonês Nippon Sheet Glass (NSG) há quatro anos, prevê a construção de uma nova linha no complexo de Caçapava e a abertura de aproximadamente 200 postos de trabalho. "As boas relações trabalhistas contribuíram para a decisão", afirma o executivo. Além disso, o município não está distante de grandes montadoras, como a General Motors (GM), que tem fábrica em São José dos Campos.

Os equipamentos que serão instalados na nova unidade, conta Balata, serão fabricados pela Pilkington e boa parte será importada. O câmbio, diz ele, foi uma das variáveis que levaram à decisão de comprar no exterior maior volume de peças. A Pilkington opera outras duas fábricas de vidros para o setor automotivo no país, em Betim (MG) e Camaçari (BA), e uma unidade de vidros para construção civil, em São Paulo (SP).

(Stella Fontes | Valor)
 

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