Plaenge quer triplicar sua presença no Chile

Três anos depois de desembarcar no Chile, a Plaenge vai levar para o país a opção de apartamento com churrasqueira na sacada, ou "quincho privativo", uma novidade por lá. É parte do plano da maior construtora do Sul do Brasil para triplicar, em cinco anos, o volume de investimentos no mercado chileno e atingir R$ 150 milhões anuais em projetos.

Até agora, a Plaenge entregou lá 737 unidades residenciais em sete empreendimentos, incluindo casas e prédios de até cinco pavimentos. Outras 350 unidades estão em construção, além de outros projetos previstos.

Quando desembarcou no Chile, a empresa optou por entender o mercado, repetindo modelos locais nas obras.

No Chile, a Plaenge teve de aprender um novo jeito de construir. Para enfrentar terremotos, passou a usar mais concreto e ferro. Mas a estratégia da companhia ganhou agressividade esse ano. Além das churrasqueiras, a companhia lança, no fim desse mês, o primeiro empreendimento com torre alta, batizado de Ipanema, em Temuco, a 600 quilômetros ao Sul de Santiago.
 
No Brasil, o volume de vendas da construtora somou em 2011 R$ 920 milhões em imóveis residenciais nos Estados do Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Em 2012, o crescimento previsto é de 10% a 15%, mesmo com o mercado menos aquecido que nos últimos dois anos.

"Diminuiu o apetite do investidor. Quem compra agora é para morar", diz Fernando Fabian, diretor e um dos sócios da Plaenge. Na opinião dele, com o "mercado em ebulição, algumas construtoras cometeram excessos, e os erros não apareciam".

Fabian acredita que vai aumentar o movimento de compra e venda de construtoras. Em 42 anos de história, a Plaenge, que tem sede em Londrina (PR), só foi às compras uma vez, quando entrou no Chile. Chegou a estudar duas aquisições no Brasil em 2009, mas as negociações não avançaram.

O executivo diz que desde o começo do ano há conversas sobre aquisição em andamento com uma empresa de Santa Catarina. O empresário não revelou detalhes das negociações.
 
Uma das decisões que a diretoria da Plaenge garante ter sido acertada foi a de não abrir capital para lançar ações em bolsa. De acordo com ranking da ITC net, a empresa é hoje a maior construtora de capital fechado do país. Entre 2005 e 2010, aumentou o volume de vendas em mais de nove vezes: de R$ 85 milhões em 2005 para R$ 804 milhões.

"Durante a onda da abertura de capital, decidimos aproveitar o excelente momento do mercado imobiliário para aumentar nosso volume de vendas usando o nosso próprio capital, mantendo a qualidade, garantia de entrega e o crescimento ordenado dos negócios", disse Fabian.

Recentemente, a construtora chegou a analisar o mercado do Peru, mas ainda não decidiu entrar lá. A principal aposta continuará sendo o Brasil. "Há mais dez anos de crescimento pela frente", prevê o empresário. "O déficit habitacional continua alto, há crédito e a renda está melhorando."

(Valor)

 

 

+ posts

Share this post